Alvaro siviero toca com a sinfonia rotterdam

Alvaro siviero toca com a sinfonia rotterdam


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A orquestra de câmara holandesa Sinfonia Rotterdam, liderada pelo maestro Conrad van Alphen, se apresenta no Guairão nesta terça-feira (23), às 21 horas, com o pianista brasileiro Alvaro


Siviero. Veja também O concerto é beneficente e terá a renda revertida para o programa social “De Bem com Você – a Beleza Contra o Câncer”, promovido pela Associação Brasileira da Indústria


de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), que reúne empresas como Natura, Grupo Boticário, L’Oréal, Unilever, P&G, Johnson & Johnson e Colgate-Palmolive. O projeto


ensina técnicas de automaquiagem e dicas de beleza a mulheres em tratamento contra o câncer. Em entrevista à GAZETA DO POVO, Alvaro Siviero conta que ele e a orquestra holandesa se


inspiraram no projeto para definir o programa do espetáculo. E que, ao escolher peças como o “Concerto para Piano, Op. 54”, de Schumann, procurou aprofundar o conceito, ligando-o ao amor –


“uma das manifestações da beleza”. “A beleza de uma pessoa não é a do batom, do pó de arroz, de acessórios que podem maquiar imperfeições físicas, mas sim a beleza de um olhar, de um


sorriso, do conteúdo que uma pessoa traz no coração”, diz o músico. “Robert Schumann [1810- 1856] amava desesperadamente a esposa, Clara Schumann [1819-1896], que era uma grande pianista.


Ele faleceu jovem, em um manicômio, e a esposa, depois de sua morte, se dedicou a usar sua carreira de concertista para divulgar a obra do marido. Quer amor mais bonito que esse?” Siviero


conta que sua abordagem do concerto de Schumann será totalmente diferente das vezes anteriores em que tocou a peça – uma delas também em um concerto beneficente em prol dos autistas no


Guairão, em 2012, com a Orquestra Acadêmica de Madrid. > A beleza de uma pessoa não é a do batom, do pó de arroz, de > acessórios que podem maquiar imperfeições físicas, mas sim a >


 beleza de um olhar, de um sorriso, do conteúdo que uma pessoa traz > no coração. > Alvaro Siviero, pianista Ele conta ter abandonado pequenas mudanças em relação à partitura que


acabaram ficando convencionadas ao longo das interpretações da peça na história. “Quero provocar uma releitura na obra desde o primeiro compasso. Os que conhecem o concerto vão assistir a


outro Schumann”, promete Siviero. “O maestro disse que eu estaria provocando uma revolução neste concerto. E eu respondi que essa era a ideia de toda a turnê: provocar uma revolução através


da música e da beleza. As pessoas precisam da beleza”, diz o músico, evocando Dostoiévski (1821-1881): “a beleza salvará o mundo”. De acordo com o músico, cada nota que tocar no concerto de


terça será carregada de todo esse significado. “Para mim, tocar piano é traduzir o que é a vida. Estou convencido disso. O bom pianista é aquele que consegue materializar e fazer essa


tradução”, reflete. “Tocar não é apertar teclas. É passar uma mensagem.” Outras duas obras serão tocadas pela Sinfonia Rotterdam, que é especializada no repertório do período Clássico: a


abertura da farsa cômica “La Scala di Seta”, de Gioachino Rossini (1792-1868), na abertura do programa; e a Sinfonia N.º40”, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791). “Um dos grandes desafios


de um concerto é a conectividade. Você tem que criar conexão. A Sinfonia Rotterdam tem um repertório vastíssimo também no terreno do modernismo, obras até herméticas para pessoas que não


foram introduzidas a essa música. Mas tomamos a decisão de não abordar, porque estamos querendo criar um momento de reflexão, de contato com a beleza”, explica Siviero. “Então escolhemos


Mozart e Rossini, que resgatam esse aspecto do lirismo.”