Shogun desafia o ‘calado’ sonnen

Shogun desafia o ‘calado’ sonnen


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Maurício Shogun Rua, 31 anos, tem uma grande desconfiança em relação a seu adversário de hoje à noite, no UFC Fight Night 26, em Boston (EUA). Seria Chael Sonnen um falastrão também fora das


câmeras? Ou o lutador é figura totalmente diferente longe dos holofotes, como relatam vários atletas que já treinaram com o americano? "Tenho essa dúvida", disse Shogun, em


entrevista exclusiva à Gazeta do Povo. "Não sei se ele faz isso tudo por mídia ou não", acrescentou o paranaense, que passou longe de ser um alvo prioritário do falatório de


Sonnen, diferentemente das últimas aparições do adversário – que ficou conhecido por quase derrotar Anderson Silva (acabou perdendo duas vezes). Nos dois meses que antecederam o combate da


próxima madrugada, a ser realizado entre os meio-pesados (até 93 kg), pouco se ouviu falar de Son­­nen. Estranhamente. Ele voltou a atacar na última quarta-feira, ao conceder entrevista ao


programa UFC Tonight, onde também trabalha como comentarista. Recitou um poema no qual promete nocautear Shogun, mas provoca mesmo o veterano Wanderlei Silva, com quem pretende lutar no


futuro. Para o curitibano, nada que fuja ao script. "O cara que faz luta feia, amarrada, tem de ser bom de lábia, né? É o caso dele", dispara o ex-campeão da divisão. Desde outubro


de 2009, quando disputou o cinturão do UFC pela primeira vez – o título veio na revanche imediata contra o compatriota Lyoto Machida seis meses depois – a carreira de Shogun vive uma


gangorra. São três triunfos intercalados com quatro derrotas. A última, em dezembro do ano passado, para o sueco Alexandre Gustafsson, valia a passagem para tentar desbancar o campeão Jon


Jones. Diante de um adversário que não está entre os dez primeiros do ranking do UFC, o objetivo é vencer novamente para voltar a ficar perto da posição de desafiante. "O ranking não


vale muito. Tanto que o Sonnen fez as duas últimas lutas pelo cinturão [médios e meio-pesados]", lembra ele, que treinou muita defesa de queda e jiu-jítsu para parar a maior qualidade


de seu rival, o wrestling. "Ele vai querer me derrubar e ficar por cima pontuando. É o perfil dele como lutador, é o que tem feito nos últimos anos e não vai mudar", aposta Shogun,


que focou boa parte de seu treinamento para tentar diminuir seu cansaço durante os combates. "Espero que dê certo", fecha. Os pesos-pesado Alistair Overeem e Travis Browne fazem a


segunda luta em importância do evento, que também terá a presença dos brasileiros Iuri Alcântara e Diego Brandão.