Estruturação de dados por ia abre caminho para inovação

Estruturação de dados por ia abre caminho para inovação


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DO MERCADO SEGURADOR À GESTÃO DE PMES, TECNOLOGIA PERSONALIZA SERVIÇOS E AGILIZA ENTREGAS SEM ESCALAR CUSTOS No primeiro semestre de 2024, a Bradesco Seguros pretende reduzir em até 10% o


tempo de devolução de um automóvel a partir do momento em que o cliente acionar o sinistro. A inteligência artificial (IA) terá papel decisivo para analisar os danos causados nos veículos e


avaliar a dinâmica do sinistro, incluindo a responsabilidade do motorista. “Com metas ousadas para o primeiro trimestre de 2024, queremos dispensar vistorias presenciais, reduzir o tempo de


devolução de veículos em até 10% e oferecer uma experiência mais eficiente e rápida, apoiada por tecnologia inovadora”, diz Márcio Jordão, superintendente de sinistros da Bradesco Seguros. A


expectativa da seguradora é que cerca de 20% dos sinistros acionados possam ser analisados pelo fluxo inteligente, processo chamado de “no touch” (sem intervenção manual, em uma tradução


livre). Essa dinâmica se torna possível por haver uma base de dados estruturada, com suporte de ciência e da estatística. Isso permite avaliar com assertividade a extensão dos danos a um


veículo a partir do acionamento do sinistro e também da análise de fotos. Leia mais: * ASSISTENTES VIRTUAIS GANHAM NOVAS FUNCIONALIDADES * REDES SOCIAIS COMPETEM COM MECANISMOS DE BUSCA NA


HORA DA COMPRA * TUDO CONECTADO * BANCOS DIGITAIS APOSTAM EM TRANSAÇÕES E PRODUTOS CUSTOMIZADOS PARA EMPRESAS * FINTECHS DE IMPACTO PROMOVEM INCLUSÃO NAS COMUNIDADES O sucesso dos processos


baseados em IA está na estruturação dos dados, diz Renato Mandaliti, CEO da Finch, especializada em automação e gestão de soluções jurídicas e backoffices. O papel da IA generativa é


estruturar dados para que se possa montar cadastros qualificados e automatizados, relata Mandaliti. “Uma vez que os dados estejam estruturados, passamos para a segunda etapa, que é a


implantação da cultura data-driven. A IA pode, então, entender e extrair padrões de comportamento nesses dados, suportando o trabalho dos advogados na definição das estratégias mais


adequadas para cada caso”, afirma Mandaliti. Associar o uso da IA generativa com parâmetros específicos tem sido um caminho bem-sucedido no iFood Benefícios para avaliações de colaboradores.


A nova tecnologia também tem auxiliado na estruturação do plano de desenvolvimento individual de cada colaborador. David Ruiz, diretor de engenharia do iFood Benefícios, afirma que, desde o


primeiro trimestre deste ano, as equipes contam com o apoio da IA generativa para consolidar as avaliações. “O uso de IA permite um processo de avaliação muito seguro e bem direcionado


porque utilizamos parâmetros, ou seja, nossos valores entram nesse contexto”, diz Ruiz. O uso consciente da IA generativa também tem trazido bons resultados para consultorias voltadas ao


segmento de pequenas e médias e empresas (PMEs). Na Auddas, a IA vem sendo aplicada na análise consolidada de entrevistas para auxiliar os consultores a definirem as áreas e as iniciativas


prioritárias. Potencial da IA para gerar insights é gigante. As marcas conhecem cada vez mais seus clientes” — Roberto Oliveira “Um dos principais desafios para consultorias focadas no


segmento de PMEs é conseguir atuar de forma abrangente e rentável ao mesmo tempo em que mantém um ticket adequado para o segmento. Nesse sentido temos feitos projetos em caráter piloto com


soluções de IA voltadas ao trabalho de consolidação e análise das entrevistas”, diz Julian Tonioli, CEO da Auddas. A IA generativa pode ser ainda uma aliada na educação financeira. Essa é a


proposta da Bridgewise, startup israelense de análise de investimentos. Focada na inovação com o uso da IA, a fintech busca suprir a falta de conhecimento sobre ações e de fluência em inglês


de investidores globais, segundo Thiago Guedes, diretor de desenvolvimento de negócios da Bridgewise no Brasil. “Analisamos mais de 40 mil ações e queremos democratizar a análise


aprofundada desses ativos dentro e fora do Brasil. No futuro queremos cobrir também ETFs e renda fixa”, afirma Guedes. A fintech elabora as recomendações de ações, com análises


fundamentalistas e aprofundadas que, além de traduzidas para o português, oferecem uma linguagem acessível ao investidor pessoa física. No Brasil desde abril deste ano, a Bridgewise


estabeleceu uma parceira com a plataforma Status Invest, do Grupo Suno, em agosto. No segmento de varejo, as interações promovidas pela IA têm contribuído para aproximar consumidores e


marcas. “O potencial de uso de IA para gerar insights é gigante. Por meio dela, as marcas conhecem cada vez mais os seus clientes e se aproximam de maneira mais eficaz”, defende Roberto


Oliveira, CEO da Blip, empresa especializada em conversas inteligentes entre marcas e consumidores nos principais aplicativos de mensagens, como o WhatsApp. Sob o ponto de vista do


consumidor, Oliveira observa que a adoção da IA torna mais fácil o acesso a informações de produtos, preços, recomendações e ofertas personalizadas. O consumidor não parece temer a


inteligência artificial. É o que mostra também o relatório CX Trends 2023 da Zendesk, empresa de desenvolvimento de software dinamarquesa, com sede em São Francisco, na Califórnia. O estudo


aponta que 78% dos consumidores querem que a IA sintetize suas dúvidas ou problemas para que a pessoa que os ajuda possa resolver o problema rapidamente ao serem transferidos de um chat para


um agente humano. A pesquisa da Zendesk ouviu cerca de 4.700 consumidores em mais de 20 países entre julho de 2022 e fevereiro de deste ano. Roberto Kanter, professor do MBA de gestão da


inovação da FGV Brasil, ressalta o potencial da IA para criar nichos e clusters (computadores fortemente ligados que trabalham em conjunto, de modo que podem ser considerados como um único


sistema) de pessoas com conexões emocionais que os hábitos transacionais são incapazes de expor. Por outro lado, Kanter observa que os consumidores precisam permitir que essas conexões sejam


estabelecidas. É fundamental que a IA não simule situações que não existem, alerta Kanter.