
Após lei marcial, coreia do sul elege novo presidente nesta terça-feira (3) | cnn brasil
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As eleições em todo o país começaram na manhã desta terça-feira (3) para escolher o novo presidente da Coreia do Sul. A nova corrida presidencial foi desencadeada pela destituição do
ex-presidente conservador, Yoon Suk-yeol, do cargo devido à tentativa de impor a Lei Marcial no fim de 2024. Após sofrer impeachment pelo parlamento em dezembro, Yoon foi tirado da posição
pelo Tribunal Constitucional no dia 4 de abril, com menos de três anos de mandato, que deveria durar cinco. O novo presidente enfrentará o desafio de reunir uma sociedade profundamente
marcada pela tentativa de governo militar e uma economia fortemente exportadora, cambaleando por medidas protecionistas imprevisíveis dos Estados Unidos, um importante parceiro comercial e
aliado em termos de segurança. Muitos eleitores sul-coreanos consideram a recuperação e a revitalização econômica como a principal prioridade para o próximo presidente, enquanto outros
expressaram esperança de mais apoio para a geração mais jovem. DISPUTA ENTRE CANDIDATOS A disputa se destaca entre o candidato liberal Lee Jae-myung, do Partido Democrata, e o conservador
Kim Moon-soo, do Partido do Poder Popular. Os dois prometeram mudanças para o país, dizendo que o sistema político e o modelo econômico estabelecidos durante a ascensão como uma democracia
emergente e potência industrial não são mais adequados. As propostas de investimento em inovação e tecnologia muitas vezes se sobrepõem, mas Lee defende mais equidade e ajuda para famílias
de renda média e baixa, enquanto Kim faz campanha para dar às empresas, mais liberdade em relação a regulamentações e conflitos trabalhistas. No entanto, ofuscando qualquer iniciativa de
política social está a breve tentativa de Yoon de impor a Lei Marcial, que teve grande importância nas pesquisas. Lee chamou a eleição de “dia do julgamento” contra Kim e o Partido do Poder
Popular, acusando-os de terem tolerado a tentativa de Lei Marcial ao não lutarem mais para impedi-la e até mesmo tentarem salvar a presidência de Yoon. Kim era ministro do Trabalho de Yoon
quando o ex-presidente declarou a medida em 3 de dezembro. Ele chamou Lee de “ditador” e o Partido Democrata de “monstro”, alertando que, se o ex-advogado de direitos humanos se tornar
presidente, nada os impedirá de trabalhar juntos para alterar as leis simplesmente porque não gostam delas. “Eu e o Partido do Poder Popular faremos o nosso melhor para salvar o sustento das
pessoas e a economia”, falou Kim em uma publicação no Facebook. VOTAÇÃO ANTECIPADA O favorito Lee e o rival Kim participaram da votação antecipada na semana passada. Yoon e a esposa votaram
em uma escola perto de sua residência particular, parecendo relaxados, mas ignorando as perguntas ao saírem da seção eleitoral. Eleitores regulares em Seul pediram ao próximo líder que
aliviasse a discórdia, restaurasse a estabilidade e enfrentasse os desafios urgentes das consequências da crise que atingiu suas famílias. “A economia piorou muito desde 3 de dezembro, não
só para mim, mas ouço isso de todo mundo”, falou Kim Kwang-ma, de 81 anos. “E nós, como povo, nos tornamos tão polarizados... Gostaria que pudéssemos nos unir para que a Coreia pudesse se
desenvolver novamente.” Não houve candidatas mulheres concorrendo nas eleições pela primeira vez em 18 anos. Apesar das pesquisas mostrarem grandes diferenças entre homens e mulheres jovens,
a igualdade de gênero não estava entre as principais questões políticas apresentadas durante esta eleição, um forte contraste com a votação de 2022. “Uma coisa que me deixa um pouco
frustrado com os candidatos tradicionais, seja Lee Jae-myung ou outros candidatos conservadores, é que eles não têm políticas sobre mulheres ou grupos minoritários”, falou Kwon Seo-hyun, de
18 anos, calouro universitário e eleitor de primeira viagem que foi às ruas para protestos anti-Yoon após a Lei Marcial. Lee é o favorito para vencer, segundo pesquisas divulgadas uma semana
antes da votação, liderando Kim por 14 pontos percentuais, com 49% de apoio público em uma pesquisa da Gallup Korea, embora Kim tenha diminuído uma diferença ainda maior no início da
campanha em 12 de maio. As pesquisas de boca de urna realizadas por três redes de televisão serão divulgadas no final das urnas, às 20h, horário local. As cédulas serão classificadas e
contadas primeiro por uma máquina e depois verificadas três vezes manualmente pelos funcionários eleitorais para verificar a precisão. Não está claro quando o resultado sairá. Em 2022, Lee
cedeu a vitória a Yoon por volta das 3h da manhã, horário local, do dia seguinte à votação, na disputa presidencial mais acirrada da história do país, decidida por uma margem de menos de 1
ponto percentual. A Comissão Eleitoral Nacional deve certificar o resultado na quarta-feira (3), e a posse do vencedor é esperada para dentro de algumas horas. Não haverá transição
presidencial, pois o cargo permanece vago desde a destituição de Yoon.