
Domo de ouro de trump viola tratado de 1967, diz especialista | cnn brasil
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O anúncio do presidente Donald Trump sobre a construção de um sistema antimísseis denominado "Domo de Ouro" provocou reações imediatas da Rússia e da China. O projeto, inspirado no
Domo de Ferro israelense, visa proteger o território dos Estados Unidos contra ataques de mísseis balísticos e hipersônicos. Segundo Vitelio Brustolin, pesquisador de Harvard e professor da
Universidade Federal Fluminense, o sistema proposto por Trump funcionaria por meio de satélites de vigilância no espaço, com o objetivo de interceptar mísseis direcionados aos Estados
Unidos ainda em sua trajetória ascendente. VIOLAÇÃO DE TRATADO INTERNACIONAL Brustolin destaca que o projeto do Domo de Ouro viola um tratado internacional de 1967, que proíbe a colocação de
armas de destruição em massa no espaço. Esta violação é a principal razão para as reclamações da Rússia e da China, além da preocupação com um possível desequilíbrio na estratégia de
dissuasão nuclear. O governo russo indicou que os planos de Trump podem forçar a retomada dos contatos entre Moscou e Washington sobre o controle de armas nucleares. Já a China pediu que os
Estados Unidos abandonem o desenvolvimento do projeto, expressando séria preocupação e afirmando que o Domo de Ouro traz fortes implicações ofensivas. DIFERENÇAS ENTRE O DOMO DE OURO E O
DOMO DE FERRO Embora inspirado no sistema israelense, o Domo de Ouro apresenta diferenças significativas. Enquanto o Domo de Ferro israelense opera desde 2011 e cobre uma área equivalente ao
estado de New Jersey, o projeto americano visa proteger um território 450 vezes maior. Além disso, o sistema israelense é projetado para interceptar mísseis de curto alcance e baixa
altitude, utilizando radares rebocados por caminhões. Já o Domo de Ouro pretende detectar e interceptar mísseis balísticos e hipersônicos por meio de satélites no espaço, representando um
desafio tecnológico e estratégico muito maior. A viabilidade do projeto americano é questionada devido ao seu alto custo e às possíveis lacunas de defesa. Brustolin explica que seria
necessária a parceria com o Canadá e a instalação de defesas na Groenlândia para uma cobertura mais efetiva. Além disso, a crescente sofisticação dos mísseis balísticos intercontinentais,
capazes de manobras no ar, torna a tarefa de interceptação ainda mais complexa.