
"não havia necessidade", avalia analista sobre criação de fundação em gaza | cnn brasil
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A criação da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelos Estados Unidos, tem gerado controvérsias. Américo Martins, especialista em assuntos internacionais, considera que "não
havia justificativa nenhuma" para o estabelecimento desta nova entidade. Segundo Martins, a Organização das Nações Unidas (ONU) vem desempenhando esse papel há décadas, não apenas em
Gaza, mas também na Cisjordânia e em outros países que abrigam refugiados palestinos, como Síria, Jordânia e Líbano. "Eles é que são, historicamente, os responsáveis por manter serviços
de saúde, serviços de educação e essa questão humanitária", afirma. Apesar das críticas, a GHF relatou que a distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza continua sem incidentes.
A fundação informou que abriu um segundo ponto de distribuição e que, até o momento, cerca de 14.550 caixas de alimentos foram distribuídas nos dois pontos, totalizando mais de 840 mil
refeições. TENSÕES POLÍTICAS E ACUSAÇÕES O especialista aponta que existe uma "briga política" entre Israel e a ONU. O governo israelense acusa a Agência de Refugiados da ONU de
ter sido utilizada pelo Hamas nos ataques de outubro de 2023. Embora uma investigação da ONU tenha identificado e afastado alguns funcionários suspeitos de envolvimento, Israel mantém suas
críticas à organização. Martins ressalta a importância de um órgão independente na distribuição de ajuda humanitária em situações de conflito. No entanto, as acusações de Israel de que a ONU
seria "anti-semita" e parcial no conflito israelo-palestino têm complicado a atuação da organização na região. STATUS DA PALESTINA NA ONU O especialista também abordou a situação
da Palestina na ONU. Desde 2012, os palestinos são membros observadores, sem direito a voto. Embora a Assembleia Geral da ONU tenha aprovado uma moção para aceitar a Palestina como estado
soberano, os Estados Unidos vetaram essa proposta no Conselho de Segurança em maio do ano passado. Atualmente, 147 países reconhecem a Palestina como estado, incluindo o Brasil. Martins
menciona a possibilidade de a França, membro do Conselho de Segurança, reconhecer oficialmente o Estado da Palestina, o que poderia ter um impacto significativo na situação diplomática da
região.