Votação do projeto de subsídio ao transporte público tem clima tenso na câmara de monlevade
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A votação mais esperada na Câmara Municipal de João Monlevade teve o primeiro capítulo nessa quarta-feira (1). O projeto de lei n°1.200/2021, de iniciativa do Executivo, que sugere auxiliar
o transporte público da cidade através de um subsídio financeiro foi aprovado em primeiro turno por oito votos favoráveis a seis contrários. Os votos contrários foram dos vereadores Thiago
Titó (PDT); Revetrie Teixeira (MDB); Tonhão (Cidadania); Percival Machado (PDT); Bruno Cabeção (Avante) e Marcos Dornelas (PDT). Já os favoráveis ao projeto foram: Belmar Diniz (PT); Pastor
Lieberth (DEM); Fernando Linhares (DEM); Vanderlei Miranda (PL); Doró da Saúde (PSD); Rael Alves (PSDB); Gustavo Prandini (PTB) e Leles Pontes (Republicanos). Se continuar sendo aprovado nos
próximos turnos, serão repassados R$350 mil mensais à Enscon, que presta o serviço de transporte público local. VOTAÇÃO O vereador Revetrie Teixeira (MDB) pediu vista de uma semana para
maior apreciação do projeto. > “ESTA CASA TEM QUE PARAR DE VOTAR COISAS CORRENDO, IMPOSTAS, SEM > TOTAL ESCLARECIMENTO. ESTAMOS INVESTIGANDO VÁRIAS COISAS AINDA. EU > NÃO ENTENDO A
PRESSA PARA VOTAR ESTE PROJETO. O PEDIDO DE VISTA SE > FAZ NECESSÁRIO. NÓS PEDIREMOS UMA CPI DO TRANSPORTE PÚBLICO SE AS > COISAS DECORREREM DESSA FORMA”, disse o mdbista. Já Marcos
Dornelas (PDT) também pediu vista. “Eu não tenho condições de votar favorável. Nós não temos compreensão ainda da causa de uma forma geral”. Ademais, o presidente da Casa, Gustavo Maciel
(Podemos), concedeu 10 minutos de vista em ambos os pedidos, contrariando Revetrie e Marcos, que queriam vista de uma semana para maior explanação do projeto. URGÊNCIA Ao ser questionado
pela equipe DeFato sobre a vista de 10 minutos, Gustavo ressaltou o caráter de urgência em que o projeto tramita na Casa. > “NÓS JÁ DEBRUÇAMOS ENCIMA DO TEMA, JÁ FIZEMOS AUDIÊNCIA >
PÚBLICA. APROVAMOS UM REQUERIMENTO PARA UMA EMPRESA AUDITAR O CASO, > PORÉM É MOROSO PELA BUROCRACIA. O PRAZO VAI ATÉ O DIA 20 DE > SETEMBRO PARA VOTARMOS, PORTANTO, SE EU CONCEDO
VISTA DE UMA SEMANA, > VAMOS SÓ ADIANDO. TEMOS QUE DAR ANDAMENTO. PARA NÃO SER INJUSTO > COM O PEDIDO DOS VEREADORES, CONCEDI VISTA DE DEZ MINUTOS”, > enfatizou Maciel. CLIMA TENSO
Após os vinte minutos de paralisação da reunião, o clima na Câmara dos Vereadores ficou tenso. Ao justificar o voto, Revetrie disse ironicamente que a Enscon precisa ser “salva”. > “EU
CHEGO A FICAR COMOVIDO COM TANTOS DISCURSOS BONITOS. É > VERGONHOSO DAR SUBSÍDIO PARA UMA EMPRESA QUE NEM SEQUER COLOCOU O > PATRIMÔNIO NA MESA PARA DISCUTIRMOS AQUI. EU TENHO
INVESTIGAÇÕES > A FAZER E NÃO CONSEGUIREI. TEMOS QUE SALVAR A ENSCON, QUE PARECE > QUE ESTÁ PASSANDO MAIS NECESSIDADES DO QUE A POPULAÇÃO. É > PERIGOSO A GALERA QUERER DAR ATÉ
CESTAS BÁSICAS PARA A ENSCON. > NÓS TEMOS DIREITO DE PEDIR VISTA E SER CONCEDIDO. INFELIZMENTE FOI > NEGADO. EU SAIO COM CORAÇÃO PARTIDO PELO MEU DIREITO DE LEGISLAR > TER SIDO
NEGADO”, disse Revetrie. Após a fala do vereador, o presidente da Casa, Gustavo Maciel, disse Revetrie mentiu, já que ele concedeu vista de 10 minutos. Após o uso da palavra “mentir” os
ânimos afloraram. Revetrie disse que não é mentiroso e muito menos moleque para fazer isso. Além disso, ressaltou que o certo seria ter sido concedida vista de uma semana ou até 15 dias.
Gustavo rebateu dizendo que é para o colega de Casa entender melhor o regimento interno da Câmara, já que não é possível conceder vista de 15 dias. Os ânimos ficaram aflorados por alguns
minutos. O vereador Tonhão foi até Revetrie para acalmá-lo. O presidente buscava retomar o controle da reunião ordinária, sem sucesso. Enfim, a palavra foi passada para outro legislador.
Minutos após a discussão, Gustavo e Revetrie conversaram em sigilo e as reações posteriores deram conta que o clima amistoso foi reatado. A discussão pode ser conferida a partir da reunião
gravada no YouTube da Câmara Municipal. O tempo da fala de Revetrie começa em 1h45, confira: [embedded content] JUSTIFICATIVAS O líder do governo, Belmar Diniz (PT), enfatizou que a
pandemia causou inúmeros impactos negativos ao município. > “SERVIÇOS ESSENCIAIS, SAÚDE, FOME, DESEMPREGO E O TRANSPORTE > TAMBÉM FOI PREJUDICADO. O DEVER DE TODO GESTOR É BUSCAR >
SOLUÇÕES. É ISSO QUE O LAÉRCIO ESTÁ FAZENDO. ELE TEM > OBRIGAÇÃO DE MANTER O TRANSPORTE PÚBLICO FUNCIONANDO NO > MUNICÍPIO. EM BREVE TEREMOS UM MELHOR TRANSPORTE EM MONLEVADE, MAS >
NO MOMENTO, TEMOS QUE JOGAR COM A CARTA QUE TEMOS”, finaliza o > petista. Marcos Dornelas (PDT) não está satisfeito com a votação do projeto no primeiro dia de setembro. > “É UM
ABSURDO ESTAR VOTANDO ISSO AQUI HOJE. EU DESAFIO ALGUM > VEREADOR FALAR DE FORMA TÉCNICA TUDO QUE ENVOLVE ESSE PROJETO. NÃO > TEMOS CLAREZA ALGUMA AINDA PARA VOTAR ALGO DESSA
DIMENSÃO”, disse > Marcos. Já Leles Pontes (Republicanos) é a favor do projeto. “SE O PREFEITO FALOU QUE TEM COMO PAGAR O SUBDÍSIO EU NÃO VOU PASSAR PARA O POVO PAGAR. DR. LAÉRCIO TEM A
CANETA NA MÃO, EU VOU ISENTAR A POPULAÇÃO DE SOFRER PARA TRANSITAR COM PASSAGEM AINDA MAIS CARA”, endossa Leles Pontes. Tonhão (Cidadania) disse que não houve apresentação de documentação da
Enscon para provar a necessidade da concessionária em comprovar que precisam de ajuda financeira. > “MANDEI PEDIR INFORMAÇÃO AO SETTRAN NO DIA 11 DE AGOSTO E ATÉ > AGORA NADA. NÃO TEM
PRESTAÇÃO DE CONTAS. VAMOS DAR MAIS DE R$2 > MILHÕES PARA A EMPRESA? NÓS PRECISAMOS DE MAIS TRANSPARÊNCIA”, > afirma Tonhão. Vanderlei Miranda (PL) disse que é favorável para “zelar
pelo bem da população. As pessoas não podem gastar mais dinheiro do que já gastam”. E o vereador Gustavo Prandini (PTB) finalizou dizendo que “a população não pode pagar mais de R$6,00 em
uma passagem. O número de passageiros caiu muito durante a pandemia. A passagem ficou mais cara na planilha, são cálculos. O Executivo quer evitar o aumento do preço da passagem”.