Beto não vê alemanha

Beto não vê alemanha "superior a portugal" mas deixa aviso: "tem uma mentalidade fria e mecânica"

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A força mental deve nortear Portugal na partida das meias-finais da Liga das Nações de futebol frente à anfitriã Alemanha, apela o ex-internacional Beto Pimparel, pedindo desinibição ao


vencedor da edição inaugural, em 2019, no Porto. “Na minha opinião, a Alemanha não é superior a Portugal. Temos de respeitá-la, já que é uma superpotência. Mais do que questões táticas ou


técnicas, um dos grandes segredos será o fator mental. A Alemanha tem uma mentalidade fria e mecânica e tem uma história no futebol. De geração em geração, vai passando esses valores e bases


e irá ser sempre uma grande seleção, independentemente dos futebolistas que tenha. Elevar os níveis de competitividade será o grande segredo”, observou à agência Lusa o antigo guarda-redes.


Portugal defronta a anfitriã Alemanha, na quarta-feira, às 21:00 locais (20:00 em Lisboa), em Munique, na primeira meia-final da quarta edição da Liga das Nações, que oporá no dia seguinte


a França à Espanha, campeã europeia e detentora do troféu, em Estugarda. “A Alemanha anda em profunda renovação há alguns anos, mas nunca viveu de grandes nomes e é sobretudo uma máquina que


funciona muito bem a nível coletivo. Não destaco nenhum atleta deles, apesar de terem vários talentos individuais e jovens. A mentalidade competitiva e a máquina coletiva são duas


características notórias”, frisou Beto Pimparel. Os vencedores apuram-se para a final, prevista para domingo, em Munique, enquanto os derrotados decidem a terceira posição no mesmo dia, em


Estugarda, numa edição que assinala o regresso da equipa nacional à ‘final four’, após as ausências em 2021 e 2023. “O fator casa entra sempre em jogo. Fomos campeões da Liga das Nações em


2019 por mérito próprio e pelo alento e motivação que os adeptos nos deram. Jogar em casa com essa energia e força transmitida à equipa é um fator extra para os jogadores”, admitiu o antigo


guarda-redes, de 43 anos, titular em um dos seis desafios nessa edição inaugural. A ‘final four’ vai decorrer perto do fim da época e precede o renovado Mundial de clubes, entre 14 de junho


e 13 de julho, nos Estados Unidos, onde estarão o Benfica, de António Silva, e o FC Porto, de Diogo Costa e Rodrigo Mora - recém-estreante em chamadas da seleção principal -, sendo que


outros 10 convocados por Portugal devem estar em ação. Nuno Mendes, Vitinha, João Neves e Gonçalo Ramos (Paris Saint-Germain), Pedro Neto (Chelsea), João Palhinha (Bayern Munique), Rúben


Dias e Bernardo Silva (Manchester City), Rúben Neves (Al Hilal) e Francisco Conceição (Juventus) fazem parte dessa lista, havendo negociações para a extensão do empréstimo de Renato Veiga


aos ‘bianconeri’. “Numa fase de qualificação ou numa prova mais longa, existe mais espaço e tempo para promover alterações e fazer descansar alguns jogadores consoante o adversário e essa


gestão é facilitada. Agora, numa ‘final four’ há dois jogos de alta intensidade e exigência”, notou Beto Pimparel, de 43 anos e detentor de 16 internacionalizações, de 2009 a 2018.


Indefinido estará o futuro do avançado e capitão Cristiano Ronaldo, que termina contrato com os sauditas do Al Nassr em 30 de junho e faz parte dos 27 convocados do treinador espanhol


Roberto Martínez, estando a ser associado ao interesse de diversos emblemas. “Sou sempre apologista de que tem de jogar quem estiver melhor. Nesta altura, Portugal apenas tem de se focar no


jogo frente à Alemanha ou não haverá final. Por isso, não me parece que existam grandes alterações [no ‘onze’ habitual], até pela dinâmica coletiva e pelas rotinas entre jogadores. Caso


Portugal dispute o terceiro lugar, pode fazer sentido alguma gestão e rotação do plantel e Roberto Martínez tomará as suas decisões”, disse. Beto Pimparel confia na qualidade dos três


guarda-redes chamados, mas assume que o titular Diogo Costa necessita de uma exigência superior à da I Liga portuguesa, tal como encara José Sá nos ingleses do Wolverhampton, de Vítor


Pereira, e pela qual já passou Rui Silva, emprestado pelos espanhóis do Betis ao recém-bicampeão nacional Sporting. “A I Liga é muito competitiva, mas há outros campeonatos de maior


qualidade e é aí que um atleta cresce com o erro. O Diogo Costa tem todas as condições para dar esse salto qualitativo. Não que o FC Porto não seja um grande clube, mas, no geral, acredito


que a procura por outros contextos competitivos acontecerá de uma forma natural”, antecipou.