
Economistas reduzem novamente projeção da inflação para 2025
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os economistas consultados pelo BC (Banco Central) diminuíram as projeções da INFLAÇÃO e do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), revela o boletim Focus
desta segunda-feira (2). As previsões do dólar e da Selic foram mantidas, mostra o relatório. O levantamento trouxe uma nova queda para o IPCA. Segundo o relatório, a inflação deve atingir
5,46% no final deste ano. A projeção para 2026 foi mantida em 4,5% em 2026 - é a terceira semana com a projeção. Na última semana (27), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) revelou que a inflação medida pelo IPCA-15 (ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO 15) DESACELEROU A 0,36% EM MAIO, após marcar 0,43% EM ABRIL. O novo resultado ficou
abaixo do piso das projeções do mercado financeiro coletadas pela agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 0,38% a 0,53%, com mediana de 0,44% O índice oficial de preços do
Brasil, que serve de referência para a meta de inflação, é o IPCA, também calculado pelo IBGE. Por ser divulgado antes, o IPCA-15 sinaliza uma tendência para o IPCA. Uma das diferenças
entre os dois é o período de coleta das informações. O levantamento também trouxe uma diminuição da previsão do PIB, que deve crescer 2,13% ao fim deste ano na perspectiva dos analistas - a
estimativa era de 2,14%. A previsão para 2026, por outro lado, foi aumentada e a economia brasileira deve crescer 1,8% no ano, segundo os economistas. Na semana passada (30), o IBGE
revelou que o PIB brasileiro acelerou o ritmo de crescimento para 1,4% no primeiro trimestre de 2025 na comparação com os três meses finais de 2024. Considerando apenas o período de janeiro
a março, o crescimento de 1,4% repete o registrado no início de 2023 (1,4%). O PIB está no maior patamar da série histórica, iniciada em 1996. A agropecuária foi o grande destaque entre os
setores produtivos no início de 2025. A atividade teve alta de 12,2% ante o quarto trimestre de 2024. Em reação ao dado, o Ministério da Fazenda prevê que o ritmo de crescimento do PIB
será relativamente constante durante o resto de 2025, "repercutindo os efeitos contracionistas da política monetária". A SPE (Secretaria de Políticas Econômicas) afirma que a alta
de 1,4% verificada nos primeiros meses deste ano foi aquém da expectativa do governo, que projetava 1,6%. A nota aponta que os próximos meses não deverão ser de grande crescimento, mas
ainda assim manteve sua projeção de alta de 2,4% do PIB neste ano, "considerando a resiliência que vem sendo observada tanto no mercado de trabalho como de crédito". O boletim
Focus também trouxe a manutenção nas expectativas para o preço do dólar. A moeda americana deve atingir R$ 5,80 em 2025 e R$ 5,90 em 2026, de acordo com as projeções. O projeção acompanha o
vaivém comercial do GOVERNO TRUMP. Na última sexta-feira (30), após Scott Bessent, secretário do Tesouro americano, declarar que as negociações entre EUA e China avançaram pouco, Trump
acusou o país asiático de violar a trégua tarifária. No mesmo dia, o presidente dos EUA afirmou que planeja aumentar as tarifas sobre importações estrangeiras de aço para 50%,
intensificando a pressão sobre os produtores globais de aço e prometendo aprofundar sua guerra comercial. Produtos semiacabados de aço estão entre os principais produtos exportados pelo
Brasil aos EUA. A projeção da Selic também foi mantida pela quarta semana consecutiva. A mediana das projeções para a Selic em 2025 é de 14,75%. Para 2026, a previsão é de que a taxa atinja
12,5% (é a 17ª semana com a projeção). SIGA NOSSO CANAL NO WHATSAPP E RECEBA NOTÍCIAS RELEVANTES PARA O SEU DIA Como disseram economistas à Folha de S.Paulo, o aumento do IOF (Imposto
sobre Operações Financeiras) e os recentes dados sobre a economia brasileira reforçaram a aposta dos economistas de que o Copom encerrará o ciclo de alta de juros na reunião deste mês e
manterá a atual taxa básica (Selic) estacionada no patamar de 14,75% ao ano até 2026. Os analistas do mercado financeiro consideram que o crédito para empresas ficará mais restrito com o
aumento na alíquota do IOF, se for mantido o desenho atual, o que contribuiria para que o Banco Central descartasse uma alta final da Selic. Isso se soma ao discurso dos membros do colegiado
em tom de fim de ciclo desde a última decisão. No começo de maio, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central se reuniu e elevou para 14,75% a Selic. A taxa básica de juros
atingiu o maior nível em 20 anos, superando o patamar atingido durante a crise do governo de Dilma Rousseff (PT), que foi de 14,25%. O boletim Focus reúne previsões de uma centena de
economistas e é divulgado semanalmente pelo Banco Central.