
Mg: eventos climáticos extremos causam r$ 4,2 bilhões em 10 anos
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Eventos climáticos extremos causaram R$ 4,2 bilhões em prejuízos públicos em Minas Gerais na última década. É o que apontam dados do levantamento realizado pela Codex, empresa especializada
em governança de dados e mudanças climáticas. A pesquisa tem como base registros da Plataforma Nacional de Informações de Desastres (S2iD), do governo federal. O estado ficou em 4º lugar no
ranking nacional. Ao todo, o país teve uma perda de R$ 61 bilhões. A S2iD integra diversos produtos da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), com o objetivo de qualificar e
dar transparência à gestão de riscos e desastres no Brasil. “Decidimos fazer uma análise de mercado, para entender os prejuízos e o número de eventos climáticos que estão acontecendo nos
últimos anos. Chegamos a essa base de dados que é onde é feito todos os registros de desastres do país”, explica o diretor de Negócios da Codex, Venicios Santos. Segundo ele, a plataforma
estima os prejuízos com base nas informações das prefeituras de cada município. Para o levantamento, foi feito o recorde dos anos entre 2015 e 2024. “Nos últimos 10 anos foram registrados 6
mil desastres em território nacional. Destes, 4 mil foram nos últimos cinco anos. Tivemos uma crescente que se deve não apenas às mudanças do clima, mas também a um processo de educação
climática, ou seja, as prefeituras têm sabido lidar com essas situações para captar recursos e buscar apoio do governo federal”, analisa Venicios. A nível nacional, os prejuízos com eventos
climáticos extremos chegaram a R$ 61 bilhões na última década. Minas Gerais foi o quarto estado com maior prejuízo acumulado (R$4,2 bilhões). No pódio estão Paraíba (R$ 26,8 bilhões), São
Paulo (R$ 11 bilhões) e Pernambuco (R$ 4,8 bilhões). Os prejuízos, segundo o diretor, se referem, principalmente, a danos em áreas de infraestrutura, e serviços sob responsabilidade do poder
público, como segurança pública, educação, transportes, telecomunicações, energia, saneamento, abastecimento de água e saúde. “No Brasil, problemas nas rodovias são um exemplo, considerando
as questões de risco geológico. Na agropecuária, levando em conta eventos como chuva intensa e seca”, cita Venicios. RECORTE EM MINAS Em Minas o maior prejuízo foi decorrente das chuvas
intensas (R$3,9 bilhões). “Em 2022, no final do ano, tivemos uma variação para eventos de chuva no Norte do estado. Foram também as chuvas que atingiram parte da Bahia, no Nordeste. Tínhamos
uma constância de seca, até esse ano”, destaca o diretor. Nos últimos dez anos, esse evento acometeu 548 municípios, e foram registradas 1.127 emergências. No total, 618 cidades sofreram
algum impacto desde 2015. Já nos últimos cinco, as chuvas intensas atingiram 503 cidades, e um total de 864 emergências. “Nos últimos dez anos, 72,45% dos municípios de Minas Gerais sofreram
algum desastre natural”, afirma o representante da Codex. Atrás desse desastre, os eventos de seca (R$ 158,6 milhões) e estiagem (R$ 63,2 milhões) completam os maiores prejuízos para Minas.
O primeiro, segundo Venicios, configura uma estiagem prolongada por tempo suficiente para que haja um desequilíbrio hidrológico. Já o segundo desastre é um longo período com baixo ou nenhum
registro de chuva. ESTIAGEM NACIONAL O levantamento da Codex aponta que a estiagem foi o tipo de evento climático mais impactante no período para o país - gerando R$ 34 bilhões em danos
públicos. Em seguida aparecem as inundações (R$ 11,2 bilhões) e as chuvas intensas (R$ 8,3 bilhões). Também foram contabilizados prejuízos relacionados à seca (R$ 5,1 bilhões), tempestades
(R$ 1,3 bilhão), incêndios (R$ 73,7 milhões) e deslizamentos (R$ 59 milhões). SIGA NOSSO CANAL NO WHATSAPP E RECEBA NOTÍCIAS RELEVANTES PARA O SEU DIA Para o diretor de Negócios da Codex,
Venicios Santos, os dados reforçam a necessidade de atenção especial aos municípios de menor porte. “Cerca de 60% das emergências reconhecidas entre 2015 e 2024 no país ocorreram em cidades
com menos de 30 mil habitantes, o que evidencia um padrão de vulnerabilidade crônica. Muitas vezes, esses municípios não dispõem de estrutura técnica ou recursos para mitigar os efeitos dos
eventos extremos, o que amplia os impactos sociais e econômicos a cada novo desastre”, avalia ele. DESASTRES EM MG ENTRE 2015 E 2024 Desastres Nº de Municípios Nº de
Emergências Prejuízo Total Seca 209 1568 158,6 milhões Estiagem 165
512 63,2 milhões Inundações 55 56 53 milhões
Incêndios 7 7 68.324 Deslizamentos 12 13
6,4 milhões Alagamentos 46 49 29,2 milhões Chuvas Intensa 548
1127 3,9 bilhões Tempestades 61 69 6,8 milhões
Total 618 3401 4,2 bilhões *Estagiária sob a supervisão do subeditor Humberto Santos