
Cáritas dispensa equipe que atendia vítimas da barragem em mariana
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A Regional Minas Gerais da Cáritas anunciou nesta quarta-feira (4/6), por meio de uma rede social, o desligamento, em 29 de maio, de toda a equipe técnica que prestava assessoria às vítimas
do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas. Segundo o comunicado, os profissionais vinham acompanhando as pessoas atingidas há cerca de oito anos, de forma
ininterrupta. O motivo é a demora excessiva na aprovação de um plano de trabalho que garantiria os repasses financeiros à instituição. A Cáritas, assim como outras assessorias, atua como
intermediadora técnica entre os atingidos, o poder público e as mineradoras envolvidas no desastre. Há cerca de um mês, UMA REPORTAGEM DO ESTADO DE MINAS já havia alertado sobre a morosidade
na formalização dos contratos e os consequentes riscos à continuidade das operações de apoio às vítimas. "Infelizmente, a Cáritas Mariana não obteve a aprovação de seu plano de
trabalho a tempo de reverter o aviso prévio coletivo de sua equipe e, por esse motivo, a ATI está suspensa. Desde a homologação do novo acordo são realizadas tentativas para garantir a
contratação, mas ainda seguimos sem perspectiva de prazo", esclareceu a entidade por meio do comunicado. A Cáritas executava um projeto de Assessoria Técnica Independente (ATI),
escolhida pelos atingidos de Mariana. As ATIs foram criadas em 2017 com o objetivo de oferecer apoio técnico e jurídico às comunidades afetadas, garantindo sua participação informada e
qualificada nos processos de reparação e compensação. Elas estão previstas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público, defensorias públicas e as mineradoras
Samarco, Vale e BHP Billiton, responsáveis pelo desastre. O objetivo das assessorias é oferecer suporte às pessoas atingidas nas áreas de engenharia, saúde, meio ambiente e direito,
auxiliando na compreensão dos impactos, na organização social e na formulação de propostas, contribuindo para que suas demandas sejam efetivamente consideradas nas negociações e decisões de
reparação. "É um cenário muito preocupante, porque esse mesmo acordo coloca prazo para as pessoas atingidas decidirem sobre o custo dos seus acordos de reparação. Então, agora, alas
estão desassistidas, estão sem os devido acompanhamento técnico", explica a Cáritas por meio de um vídeo, postado junto com o comunicado. "Elas têm que tomar decisões que envolvem
conhecimento do direito, da arquitetura, da engenharia. Tem que, nesse processo, ter um acompanhamento psico-social. Agora, elas estão desassistidas, e os prazos para elas continuam correndo
normalmente", prossegue o esclarecimento. SIGA NOSSO CANAL NO WHATSAPP E RECEBA NOTÍCIAS RELEVANTES PARA O SEU DIA "A gente vem clamar, também, ao governo federal para que, o mais
rápido possível, efetive a contratação da Cáritas, que está no território desde que o rompimento da barragem aconteceu, com ajuda humanitária e, posteriormente, foi eleita a assessoria de
confiança dos atingidos de Mariana", conclui o vídeo.