
Suprema corte permite que governo trump revogue proteção migratória de 350 mil venezuelanos
- Select a language for the TTS:
- Brazilian Portuguese Female
- Brazilian Portuguese Male
- Portuguese Female
- Portuguese Male
- Language selected: (auto detect) - PT
Play all audios:

A Suprema Corte dos Estados Unidos suspendeu temporariamente nesta segunda-feira (19) uma ordem emitida por um juiz que protegia cerca de 350 mil venezuelanos da expulsão do país pela
administração do presidente Donald Trump. O magnata republicano fez campanha prometendo deportar milhões de imigrantes em situação irregular e colocou toda a máquina administrativa a serviço
desse objetivo. Os venezuelanos foram diretamente atingidos pela ofensiva antimigratória de Trump, cuja secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, revogou a extensão do Status de
Proteção Temporária (TPS), que concede cobertura legal a centenas de milhares de venezuelanos e impede que sejam expulsos ou percam seus empregos. O juiz federal da Califórnia Edward Chen
havia suspendido temporariamente em março a decisão do governo, considerando que ela "cheira a racismo". Mas o assessor jurídico da administração, John Sauer, apresentou um pedido
de emergência à Suprema Corte, de maioria conservadora, solicitando que suspendesse a ordem do magistrado. "Enquanto a ordem estiver em vigor, a secretária deve permitir que centenas de
milhares de cidadãos venezuelanos permaneçam no país", mesmo estando convencida de que isso "é contrário ao interesse nacional", alegou Sauer. - À deriva - Nesta
segunda-feira, o tribunal máximo não revogou o TPS, mas atendeu ao pedido de emergência apresentado pelo governo enquanto o caso tramita nos tribunais, o que deixa cerca de 350 mil
venezuelanos em situação indefinida. Em 10 de janeiro, coincidindo com a posse presidencial de Nicolás Maduro em Caracas, a administração do ex-presidente democrata Joe Biden havia
prorrogado o TPS por 18 meses para os venezuelanos, de 3 de abril de 2025 até 2 de outubro de 2026. Os Estados Unidos concedem o TPS a estrangeiros que não podem retornar com segurança a
seus países devido a guerras, desastres naturais ou outras condições "extraordinárias". A decisão judicial desta segunda-feira representa um alívio para Trump, que havia criticado
duramente a Suprema Corte na sexta-feira por manter o bloqueio das expulsões de imigrantes com base na Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798, invocada contra venezuelanos acusados de
pertencer a gangues. Em uma decisão de 7 votos a 2, os juízes bloquearam seus planos de expulsar um grupo de imigrantes detidos no Texas (sul), depois que, em março, mais de 200 foram
deportados para um mega presídio em El Salvador. A Suprema Corte considerou que não foi concedido tempo suficiente para que eles contestassem suas expulsões. Essa decisão também é
temporária: devolve o caso ao Quinto Circuito, um tribunal de apelações, para que determine se é lícito o uso da Lei de Inimigos Estrangeiros e estabeleça em que condições os imigrantes
podem contestar sua expulsão nos tribunais. "A Suprema Corte dos Estados Unidos não me permite fazer aquilo para o que fui eleito", declarou Trump na sexta-feira em sua plataforma
Truth Social, visivelmente irritado. Trump acredita que a gangue venezuelana Tren de Aragua está envolvida em "ações hostis" e "ameaça com uma invasão ou incursão predatória
contra o território dos Estados Unidos". Segundo a Casa Branca, o "regime hostil" de Maduro estaria por trás dessas ações. Por isso, em 15 de março, o republicano invocou essa
lei de 1798 — até então usada apenas em tempos de guerra — para enviar supostos membros de gangues venezuelanas a uma prisão em El Salvador. Os advogados de alguns dos imigrantes expulsos
negam que seus clientes façam parte de gangues e afirmam que foram detidos por causa de suas tatuagens. erl-cl/mel/dga/am