
Procuradora-geral do equador, famosa por investigar o tráfico, deixa o cargo
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A procuradora-geral do Equador, Diana Salazar, anunciou, nesta terça-feira (20), que deixará o cargo após cumprir seu mandato de seis anos, durante o qual se tornou célebre por processar o
ex-presidente Rafael Correa e revelar a infiltração do narcotráfico nos sistemas judicial e penitenciário. Salazar, a primeira mulher negra à frente da Procuradoria equatoriana, deveria ter
deixado o cargo em 8 de abril, mas continuou por mais algumas semanas porque a entidade encarregada de nomear seu sucessor não havia iniciado este processo. Sua renúncia foi anunciada nesta
terça-feira em um vídeo. "Meu propósito nunca foi me perpetuar no poder. Agarrar-se aos postos, aos cargos, não faz bem ao país, a um Estado que clama por institucionalidade como o
nosso", disse a advogada de 43 anos na gravação difundida na conta da Procuradoria no X. Sua firmeza diante de casos emblemáticos de corrupção, como o FIFA Gate e as propinas pagas pela
Odebrecht, lhe deram reconhecimento internacional. Em 2024, ela foi nomeada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista americana Time. Salazar assumiu como procuradora-geral
em 2019 e um ano depois levou a julgamento Correa (2007-2017), radicado na Bélgica, após deixar a Presidência. O ex-presidente esquerdista foi condenado à revelia a oito anos de prisão por
corrupção. Em 2023, ela revelou como funcionários do Judiciário e penitenciários beneficiaram o narcotraficante Leandro Norero em troca de dinheiro e luxos. Segundo Salazar, o caso chamado
Metástasis é a pedra angular da "narcopolítica" no Equador. A procuradora denunciou que ela e sua família foram alvo de racismo e ameaças de morte. Em dezembro passado, ela deu à
luz sua segunda filha. "A avaliação final será feita pela cidadania, será contada sobre as estruturas desmanteladas, as sentenças obtidas e os grandes e pequenos casos que estremeceram
o país, mas que demonstraram que quando as coisas são feitas com retidão de intenção, a verdade vem à tona", expressou Salazar na mensagem desta terça-feira. Niels Olsen, presidente do
Congresso, destacou que a procuradora "serviu ao país com caráter, firmeza e tenacidade". "Desejo-lhe serenidade e plenitude nesta nova etapa, junto com o mais importante: sua
família", acrescentou Olsen no X. Até que um novo titular da Procuradoria seja designado, Salazar foi substituída temporariamente pelo promotor Wilson Toainga. pld/das/ad/mvv/ic