Vacina 100% brasileira contra covid finaliza fase 2 de testes clínicos, diz ufmg

Vacina 100% brasileira contra covid finaliza fase 2 de testes clínicos, diz ufmg


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BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) anunciou na quinta-feira (15/5) que a vacina contra Covid SpiN-Tec finalizou a fase 2 dos testes clínicos.


Trata-se do primeiro imunizante totalmente desenvolvido no Brasil a superar essa etapa de teste clínico. A SpiN-Tec é produzida pelo CT Vacinas (Centro Nacional de Vacinas), e tem


coordenação da UFMG, com apoio financeiro do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e da prefeitura de Belo Horizonte. A fase 2 avaliou a imunogenicidade -isto é, capacidade de gerar


resposta imune- da vacina em um esquema de dose única como reforço após um esquema inicial completo com as vacinas monovalentes atualmente disponíveis contra Covid (Coronavac, Pfizer e


AstraZeneca) ou com reforço da bivalente há pelo menos seis meses. Durante os estudos, que envolveram o monitoramento de 320 voluntários por 12 meses, com coletas de sangue e consultas


médicas, metade dos voluntários recebeu uma dose da Spin-Tec e a outra metade da Pfizer bivalente. A SpiN-Tec é formulada a partir de uma proteína do vírus, a Spike ou espícula (gancho


molecular usado pelo vírus para entrar nas células) modificada para induzir a produção de anticorpos sem causar a infecção. De acordo com os responsáveis pelo desenvolvimento do imunizante,


o custo de fabricação da vacina produzida pelo CT Vacinas é menor do que as outras existentes no mercado, por envolver uma tecnologia que já é conhecida das farmacêuticas públicas e privadas


brasileiras. Outro benefício apontado são os dados que indicam que a vacina se mantém estável por até dois anos na geladeira, sem a necessidade de gastos com logística e armazenamento em


freezers. A liberação da fase 3, a última dos testes em humanos, depende de liberação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A previsão é que 5.300 voluntários participem da


etapa final de teste clínico, esperado para começar em 2026, segundo a UFMG. Em caso de sucesso nos testes, a SpiN-Tec deve ser liberada aos brasileiros a partir de 2028, diz a instituição.


PASSO A PASSO PARA SE OBTER UMA VACINA Processo pode demorar mais de uma década Pesquisa pré-clínica Pesquisa feita antes dos testes em humanos, em animais ou células em laboratório. Busca


entender como o patógeno infecta o hospedeiro e possíveis antígenos. Pode demorar vários anos até esse corpo de conhecimento ser sólido o suficiente Pesquisa clínica - Fase 1 O teste é feito


com dezenas de seres humanos saudáveis. A ideia é ver se o fármaco é seguro e não causa efeitos colaterais. Essa fase de pesquisa pode demorar alguns meses. Muitos candidatos falham nesta


etapa e também na etapa seguinte Pesquisa clínica - Fase 2 Com algumas centenas de voluntários deseja-se saber se o fármaco, além de seguro, tem chances de funcionar. No caso de uma vacina,


a ideia é que sejam gerados anticorpos contra o patógeno (ainda resta saber se eles de fato imunizam)  PESQUISA CLÍNICA - FASE 3 Com base nos resultados de segurança e de possível eficácia,


milhares de pessoas são vacinadas e outras milhares recebem placebo (uma injeção que não contém o imunizante propriamente dito) para quantificar o potencial de imunização do candidato a


vacina CONSTRUÇÃO DE FÁBRICAS Via de regra a construção da fábrica pode levar anos e só acontece após a aprovação da vacina, dado que ela pode se mostrar insegura ou ineficaz em alguma das


etapas de pesquisa clínica, e a obra se tornar um investimento perdido PRODUÇÃO EM LARGA ESCALA Produzir uma vacina requer equipamentos específicos e técnicas também específicas. Enquanto


algumas vacinas são produzidas após a infecção de ovos de galinha com vírus, outras dependem da produção de antígenos por microrganismos, por exemplo DISTRIBUIÇÃO Além de garantir a


quantidade necessária para imunizar potencialmente toda a população, é preciso ter meios para que ela consiga chegar aos diversos países Fontes: Diego Moura Tanajura (Universidade Federal de


Sergipe), NIH, Universidade Harvard, Universidade de Oxford SIGA NOSSO CANAL NO WHATSAPP E RECEBA NOTÍCIAS RELEVANTES PARA O SEU DIA