Juliano cazarré e a cirurgia para reconstruir ligamento do joelho; entenda

Juliano cazarré e a cirurgia para reconstruir ligamento do joelho; entenda


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Recentemente, o ator Juliano Cazarré revelou que precisou passar por uma cirurgia para a reconstrução do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo após sofrer uma lesão durante a prática


de jiu-jitsu. Essa é uma lesão muito comum entre praticantes de esportes como futebol, basquete e vôlei, mas que pode atingir também não praticantes de atividades físicas, por exemplo,


devido a quedas. “Obesidade, fraqueza muscular, sobrecarga de treinos, idade avançada, hipermobilidade articular, joelho valgo (para dentro) e lesões prévias do LCA são alguns dos fatores


que podem favorecer a ocorrência desse tipo de trauma”, explica o ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva do hospital Albert Einstein e da Rede D’Or, membro da Sociedade


Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Marcos Cortelazo. "Apesar desse tipo de lesão ser mais comum em atletas devido a movimentos bruscos de rotação ou desaceleração do


joelho, qualquer pessoa que realiza movimentos bruscos, repetitivos, pulos ou giros que possam transmitir uma energia excessiva à articulação do joelho, também pode estar sujeita a essa


lesão, especialmente se houver torção do joelho com o pé fixo no chão. Apesar de menos frequente, o risco existe sim", explica o médico ortopedista, especialista em cirurgias do joelho


e cirurgias do quadril (HSL-RP), Fernando Jorge. O tratamento cirúrgico exige cuidados delicados, para evitar recidivas. “A adesão ao tratamento e a paciência do paciente para viver todo o


processo pós-operatório são fundamentais para uma recuperação segura e eficaz e retorno 100% a suas atividades prévias à lesão", diz Fernando Jorge. O ligamento cruzado anterior (LCA) é


responsável por estabilizar a articulação do joelho, principalmente em momentos de aceleração e desaceleração ou em movimentos de giro, segundo Marcos. “O mecanismo do trauma geralmente


envolve a movimentação do joelho para dentro ao mesmo tempo em que a tíbia é rotacionada para fora e o pé está preso ao chão”, explica o médico. É comum que, após a lesão, o paciente precise


ser carregado e use muletas. A lesão do ligamento cruzado anterior é geralmente acompanhada de um estalo seguido por uma dor súbita no joelho. “Após o momento do trauma, o paciente pode


notar inchaço e sentir redução da mobilidade e instabilidade da região, com a sensação de joelho frouxo e falhando”, afirma o médico, que também alerta que a intensidade dos sintomas pode


variar de acordo com a gravidade da lesão, com algumas pessoas conseguindo realizar atividades normalmente, enquanto outras sentem dores mesmo com o menor dos movimentos. “Na dúvida, o mais


importante é sempre buscar auxílio médico ao suspeitar de uma possível lesão do LCA, tanto para confirmar o diagnóstico quanto para verificar a ocorrência de outras lesões comumente


associadas, como lesões do menisco e das cartilagens”, diz Marcos. Geralmente, o tratamento cirúrgico é o mais adequado. “A cirurgia só não é indicada para pacientes idosos, sem lesões


associadas, que não realizam atividade física e com a estabilidade do joelho preservada. Caso contrário, a cirurgia é recomendada para reconstruir o ligamento rompido, já que possui baixa


capacidade de cicatrização por si só”, complementa o especialista, que explica que a cirurgia é pouco invasiva, por ser realizada por videoartroscopia, e utiliza enxertos de tecidos, como


tendões, retirados do próprio paciente para reconstrução do LCA. “Mas tão importante quanto a cirurgia é o processo de reabilitação pós-operatória, que, se realizada de maneira inadequada,


pode comprometer o sucesso do tratamento. Esse processo envolve, principalmente, sessões de fisioterapia, com foco, inicialmente, na recuperação dos movimentos e, depois, no fortalecimento


do ligamento”, explica Marcos. “A recuperação varia, mas geralmente leva de sete a nove meses para retomar atividades cotidianas com segurança. Caminhar sem muletas é possível em duas a


quatro semanas, dependendo da evolução individual e da reabilitação. No entanto, atividades que exigem maior estabilidade do joelho devem ser evitadas até a completa recuperação e


reabilitação", continua Fernando. A boa notícia, segundo o médico, é que, hoje, com os avanços nas técnicas de cirurgia e reabilitação, grande parte dos pacientes consegue retornar à


prática esportiva ou atividades diárias no mesmo nível de intensidade e performance, o que não acontecia antes, quando muitas carreiras eram encerradas por esse tipo de lesão. “Para isso, é


fundamental que o tratamento seja adequado e o retorno seja gradual, de acordo com a velocidade de reabilitação do paciente e sempre com liberação do médico. É importante que esse processo


não seja apressado, pois retornar precocemente a alguma atividade esportiva ou que possa colocar o joelho em risco pode aumentar significativamente o risco de novas lesões no joelho”,


comenta Marcos Cortelazo. Fernando Jorge explica tudo para uma recuperação tranquila. "É fundamental que o paciente siga rigorosamente o programa de fisioterapia para recuperar a


mobilidade, marcha adequada e força muscular. Também orientamos que ele evite sobrecarregar peso no joelho operado nas primeiras semanas. O uso de muletas e órtese conforme orientação médica


também é indicado. Para reduzir o inchaço após a cirurgia, aplicar gelo e elevar a perna pode ajudar", diz. "Também é fundamental que o paciente tome os medicamentos prescritos


para controle da dor e inflamação e retorne às atividades físicas apenas com liberação médica, para evitar recidivas ou sequelas", reforça Fernando Jorge. SIGA NOSSO CANAL NO WHATSAPP E


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