Hidradenite supurativa: a doença que pode ser confundida com acne

Hidradenite supurativa: a doença que pode ser confundida com acne


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 Caroços inflamados, feridas recorrentes e dolorosas, especialmente em áreas como axilas, virilha e nádegas, são sinais que muitas pessoas enfrentam no dia a dia e frequentemente acabam


ignorando. No entanto, esses sintomas podem indicar uma DOENÇA INFLAMATÓRIA CRÔNICA chamada hidradenite supurativa (HS)[1]. Estima-se que cerca de 850 mil brasileiros sejam diagnosticados


com HS, que pode ser confundida com espinhas recorrentes, furúnculos ou até mesmo pelos encravados. O desconhecimento sobre a doença faz com que muitas pessoas convivam com os sintomas por


até uma década sem o diagnóstico correto. No Dia Mundial de Conscientização sobre a Hidradenite Supurativa, 6 de junho, médicos reforçam a importância de reconhecer esses sinais


aparentemente comuns pois a falta de diagnóstico pode mudar o rumo do tratamento e da qualidade de vida de quem convive com a doença. “Apesar de tidos como ‘comuns’ os sinais não devem ser


ignorados. Quanto antes o paciente identificá-los e procurar um dermatologista, mais cedo é possível controlar os sintomas e evitar complicações que comprometem a qualidade de vida. Os


sintomas muitas vezes atrapalham na realização de tarefas comuns do dia a dia e, por isso, precisam ser controlados”, explica Maria Victoria Suarez, Presidente da Sociedade Latinoamericana


de Psoríase e imunodermatologia SOLAPSO DI, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Preceptora da Residência de Dermatologia do Hospital do Servidor Público Municipal de SP. OS


SINTOMAS QUE PRECISAM DE ATENÇÃO * Nódulos dolorosos recorrentes nas axilas, virilha, nádegas, coxas ou abaixo dos seios; * Lesões que aparentar ser cravos e espinhas na região da virilha,


glúteos e abdômen; * Feridas que drenam pus, têm mau cheiro e demoram a cicatrizar; * Formação de túneis sob a pele (fístulas); * Cicatrizes em áreas de atrito do corpo; * Dor persistente em


lesões repetitivas. Apesar de sua prevalência, a HS ainda é pouco discutida e muitos pacientes sofrem calados, com vergonha ou receio de buscar ajuda. O estigma e a falta de informação


atrasam o acesso ao tratamento adequado. Por isso, dar visibilidade à doença e colocar a experiência dos pacientes no centro da conversa é essencial. “A doença tem um impacto muito negativo


na autoestima e qualidade de vida. Por essa razão é fundamental que estes pacientes se sintam abraçados. Sintomas como ansiedade e depressão são frequentes sendo importante o acompanhamento


psicológico. Buscar apoio nas associações de pacientes também pode ajudar a conviver melhor com a doença. Dar visibilidade à hidradenite supurativa é um passo importante para que mais vozes


sejam ouvidas e acolhidas”, afirma Maria Victoria. Mudanças no estilo de vida também fazem parte do tratamento da doença: parar de fumar, praticar atividade física, manter o peso adequado,


alimentação balanceada são ações que ajudam a controlar os sintomas. “É importante que os médicos que trabalham na atenção primária e nos prontos socorros fiquem atentos a estes sintomas e


encaminhem estes pacientes para o dermatologista para uma avaliação mais profunda e diagnóstico adequado”, complementa a especialista. Nos últimos anos, a ciência avançou significativamente


no cuidado com doenças imunomediadas como a HS. Novas terapias têm ajudado a controlar a inflamação, reduzir lesões e permitir que os pacientes recuperem autonomia e bem-estar. Neste Dia


Mundial da Conscientização sobre a HS, o convite é claro: se você convive com sintomas recorrentes como nódulos e feridas que parecem espinhas, procure um dermatologista. Um diagnóstico


correto pode mudar tudo.