Manu buffara cria abelhas na fachada do restaurante

Manu buffara cria abelhas na fachada do restaurante

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Quem passa em frente ao premiado restaurante Manu, em Curitiba, já percebeu algo fora do comum. Cinco COLMEIAS DE ABELHAS FORAM COLOCADAS NA FACHADA DO ESTABELECIMENTO, além de uma flor de


madeira que mais lembra uma mandala, mas que, na verdade, é uma espécie de ‘hotel’ para estes insetos. A intervenção começou a ser instalada em meados de outubro do ano passado, quando a


chef Manu Buffara decidiu fazer uma de suas reformas anuais no restaurante. Para ela, o objetivo não é apenas estético ou de parecer algo diferente do que é visto em outros locais. É uma


forma de ajudar a trazer a natureza para a região central da cidade. << Leia mais: recentemente o Manu ganhou o One to Watch Award (“Para Ficar de Olho”) na edição dos 50 Melhores


Restaurantes da América Latina. “Eu quis colocar essas caixinhas mais para ajudar na POLINIZAÇÃO DA CIDADE, do bairro, e para mostrar para as pessoas que estas colmeias podem ser colocadas


em casa, que não tem perigo nenhum. É uma forma de mostrar que você está se preocupando com o meio ambiente, com a sociedade e seus vizinhos”, conta a chef conhecida pelo ativismo no uso de


ingredientes regionais na cozinha – inclusive o mel de abelhas nativas. Manu conta que os clientes encararam bem a curiosidade, e não se assustam em passar embaixo de uma colmeia de abelhas.


Mas é porque estes insetos são de ESPÉCIES SEM FERRÃO, DÓCEIS E INOFENSIVAS AOS SERES HUMANOS, como a Jataí, Manduri, Mirim-Guaçu, Mandaçaia e Guaraipo. Além delas há também o ‘hotel’ que


abriga as abelhas solitárias, que não tem uma colmeia própria. “Apesar de também serem de espécies nativas, as abelhas solitárias não têm casa, mas são importantes polinizadores da natureza.


Várias pessoas ajudam estas abelhas. O hotel, no formato de flor, é feito com madeiras começando a apodrecer, como pedaços de araucária e pinha, porque elas precisam de pequenos espaços


para começarem a produzir”, explica. As peças foram desenvolvidas pelo Estúdio Boitatá e Cannelle Design. A fachada do restaurante deve ganhar mais duas colmeias até a metade do ano. Mas,


por mais curioso que possa parecer, Manu não usa o mel destas caixinhas. A iniciativa passa longe de qualquer viés econômico. Há ainda uma FLOREIRA DE ESPÉCIES NATIVAS como pitanga,


cabeludinha e araçá, que ajudam as abelhas no trabalho de polinização do bairro. FAZENDA DE ABELHAS O projeto da fazenda de abelhas do Manu, que começou com apenas uma caixinha, foi


desenvolvido pela chef em parceria com o produtor Benedito Uczai, da Associação de Meliponicultores de Mandirituba, na região metropolitana de Curitiba (Amamel), e o agroecólogo Felipe


Thiago de Jesus, idealizador do programa JARDINS DE MEL. A iniciativa já espalhou 15 unidades em parques e praças de Curitiba desde o ano passado, também para ajudar na manutenção da


biodiversidade no município. Segundo Felipe, as abelhas sem ferrão são responsáveis por 90% DA POLINIZAÇÃO DA NATUREZA. “As abelhas são as principais responsáveis pela perpetuação dos


frutos, levando néctar e pólen de uma para a outra além da reprodução das espécies”, explica o agroecólogo. Os insetos visitam mais de seis milhões de flores para produzir apenas 1kg de mel


de cada vez. >> LEIA TAMBÉM: NA BEIRA DE LINHAS FÉRREAS OU EMBAIXO DE TORRES DE ALTA TENSÃO, CONHEÇA INICIATIVAS DE FAZENDAS URBANAS