
Os livros que todo mundo deveria ler
- Select a language for the TTS:
- Brazilian Portuguese Female
- Brazilian Portuguese Male
- Portuguese Female
- Portuguese Male
- Language selected: (auto detect) - PT
Play all audios:

Quais são os livros fundamentais? Sem cuja leitura seria pecado mortal concluir a passagem na terra? O Caderno G fez esta pergunta a 20 pessoas com ligação direta com a literatura: autores
de prosa adulta e infantil, teatro e poesia. Editores literários, tradutores e editores de suplementos literários. Professores de literatura, jornalistas culturais e críticos. Cada um
elaborou uma lista de dez livros que foram fundamentais em sua vida. Dentre estes, o convidado deveria comentar por que pelo menos três estavam na lista. Valia tudo. Teatro, poesia,
não-ficção, romance, contos. De qualquer época ou nacionalidade. Alguns convidados subverteram as normas e citaram mais de dez livros. Outros citaram menos. Sem problemas. 234 livros
diferentes foram listados — além algumas de menções a obras completas Os dois livros mais citados estão separados no tempo por mais de 350 anos. Veja também A história do fidalgo Dom
Quixote, escrita pelo espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616) e lançada em 1605, recebeu sete menções. É a obra fundamental para o jornalista e escritor Toninho Vaz, autor da biografia de
Paulo Leminski, “O Bandido que Sabia Latim”. Com os mesmos sete votos, “Grande Sertão: Veredas “ a “mastodôntica” — no dizer do próprio autor — obra de João Guimarães Rosa Grande
(1908-1967), lançada em 1945, é o livro com “as frases mais musicais da língua portuguesa”, afirma o escritor José Roberto Torero. Entre os autores, os mais citados foram o austríaco Franz
Kafka (1883-1924), sete vezes, por seis obras, e o russo Fiodor Dostoieviski (1821-1881), também sete, por quatro obras. O mesmo aconteceu com Machado de Assis (1839-1908). “Memorial de
Aires” é “moderníssimo numa prosa que, ainda hoje, vibra e educa o ouvido da língua portuguesa”, diz Leandro Sarmatz, editor da Cia. das Letras. Para o escritor Alberto Mussa, “Memórias
Póstumas de Brás Cubas” é “o maior romance do maior escritor de todos os tempos”. O americano Philip Roth foi o único autor vivo na lista dos mais citados, lembrado cinco vezes. Jóias
perdidas Numa relação com eleitores heterogêneos, livros citados apenas uma vez são muitas vezes preciosidades que não tiveram, por algum motivo, a devida dimensão. O dramaturgo Mário
Bortolotto cita o romance “Tanto Faz”, de Reinaldo Moraes, como o livro que mudou seu jeito de escrever no começo dos anos 80. “Entendi que era possível fazer literatura de um jeito
divertido, desencanado e inventivo.” O escritor amazonense Diego Moraes destaca a poesia marginal de “Paranoia”, de Roberto Piva (1937-2010), como “uma viagem delirante por São Paulo. Um
clássico que marcou minha juventude e despertou meu interesse por poesia”. Na espinhosa missão de escolher livros, é sábio ouvir o conselho do escritor e jornalista Ruy Castro, ele mesmo
autor de uma obra chamada “O Leitor Apaixonado”. “Livros essenciais? Todos aqueles que nos caírem às mãos e cujas primeiras dez páginas nos façam querer continuar lendo.” Leia aqui a lista
com 19 dos livros indicados.