Na “raça”, banda curitibana que celebra a maloqueiragem vai tocar no maior festival punk do mundo

Na “raça”, banda curitibana que celebra a maloqueiragem vai tocar no maior festival punk do mundo


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Para uma banda que carrega o nome de “Sem Futuro”, até que os caminhos do punk rock têm se mostrado bastante promissores. Saídos do underground curitibano, “três instrumentistas f*****s” –


“Felpas” (guitarra) “Tiagonha” (baixo) e “Lalau” (bateria) – e uma “Minhoca que grita na frente” estão de malas e cerveja prontas para representar a rebeldia brasileira no Rebellion


Festivals 2016, simplesmente a Meca do cenário punk rock, que acontece entre os dias 4 e 7 de agosto, na cidade de Blackpool, Inglaterra. Na edição que comemora o 20º aniversário do


festival, a banda conquistou o direito de subir ao palco “Rebellion Introducing” – um dos sete que compõem a superestrutura – no melhor estilo “faça você mesmo”. Lalau explica que “foi esse


disco [primeira versão do disco de estreia ‘Nós Somos Sem Futuro’ produzido manualmente no estúdio do baixista, o Kafofo Records] que abriu as portas para o festival”. O baterista foi à


Inglaterra para a edição anterior do Rebellion e espalhou o registro (mesmo em fase de pré-mixagem) quase como se espalhasse um vírus, até que o registro artesanal, com a caixa recortada em


papelão, infectou a pessoa certa e o convite surgiu por e-mail. Veja também Fato é que, no dia 6 de agosto, a partir das 17h45, a banda se junta à nata azeda do punk composta de nomes como


Jello Biafra (Dead Kennedys), Buzzcocks, T.S.O.L., Cockney Rejects, Agnostic Front e outras bandas que anteriormente tinham apenas como referências. Minhoca classifica a experiência como


“surreal” e conta que “das bandas mais antigas nós tocamos inclusive covers nos nossos shows. Algumas já tivemos a oportunidade de ver ao vivo, mas tocar no mesmo local e dia é como um


sonho”. Tiagonha destaca a bagagem musical que o evento vai trazer: “A experiência de palco de tocar em um lugar novo e conhecer a estrutura de um festival como esse é tudo. Uma oportunidade


única com os olhos do cenário punk voltados pra você”, afirma. REBELDIA Além das apresentações musicais com mais de duzentas bandas escaladas, o Rebellion também abre espaço para outras


formas de manifestação cultural. Uma novidade da edição 2016 é a inclusão do The Opera House, que vai abrigar o Literary Festival, além de performances ao vivo e mostras de artes visuais e


cinematográficas. Entre os selecionados para apresentar e expor as obras estão: Jello Biafra, Charlie Harper, Steve Drewett (Newtown Neurotics), Jack Grisham (TSOL), Sophie Sparham, entre


outros. Sobre a relação do punk com as outras artes, Lalau lembra que “a ideologia do punk não se resume só a música, ela pode se manifestar em outras artes, desde que expressem rebeldia e


tenham a característica de serem feitas sem a interferência de instituições, leis ou condicionantes sociais.” EXPULSÃO Tão importante quanto consolidar o nome da banda através do festival, a


Sem Futuro manifesta a preocupação em contribuir para o fortalecimento da cena curitibana através da visibilidade que vão alcançar. Minhoca conta que “poucos são os locais na cidade que


abrem as portas para apresentações do estilo, pois a maioria escolhe dar preferência a bandas covers visando somente o dinheiro envolvido”. Lalau se diverte lembrando que “em já foram


expulsos [com muito orgulho] de muitos locais que se dizem voltados ao rock devido à intensidade das apresentações ao vivo. Isso faz com que muitas bandas boas de Thrash ou Death metal, por


exemplo, não tenham o espaço que deveriam”, reflete. Felpas completa dizendo que “o foco da banda sempre foi autoral e é nisso que as bandas tem de investir se quiserem projetar seu nome e


consolidar de verdade a carreira. CONFIRA O CLIPE DE “TUBÃO A BEBIDA DA REVOLUÇÃO” [embedded content]