Psicodelia no carnaval

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novos nomes e consagrando os antigos


Por São Martinho (SC) - Ricardo Ampudia


27/02/2009 às 21:04


Dê de presenteNo evento desde a primeira edição, a Gato Preto colocou todo mundo para dançar com sua música pirata (Foto: Fotos: Ricardo Ampudia) 1 de 1


O Conto durante a gravação do cd ao vivo que foi lançado no dia seguinte


Reunir quem quer fugir do carnaval e trazer ao público bandas consagradas e sangue novo do rock nacional independente. Essa é, desde 2001, a intenção do Festival Psicodália, que este ano


aconteceu em São Martinho, sul de Santa Catarina.


Em quatro dias, 25 bandas subiram em um dos dois palcos do evento, que também cederam espaço a quatro peças de teatro e 26 oficinas, para um público estimado de 2.700 pessoas, acampadas nos


pastos da fazenda onde o evento acontece. "É um evento para o público e para as bandas. Reunimos pessoas com ideais parecidos, começou com música e hoje é um movimento. Nossa intenção é


divulgar música e arte", afirma Alexandre Osieck, um dos organizadores do Psicodália.


O clima agradável deste ano ajudou. O sol forte trouxe o público para as piscinas e rios, de onde era possível ver o palco ou, no mínimo, ouvir o som. Na praça de alimentação, açaí da Mata


Atlântica, vinis raros, bazar de roupas setentistas e artesanato.


Mais do que juntar um público interessado em curtir o carnaval de outra forma, o festival ainda serve de vitrine para as bandas independentes. Ali se consagraram grupos como Gato Preto


(tocando desde o primeiro festival), Sopa, Goya, O Sebbo e Sopro Difuso. Artistas renomados como o mutante Sérgio Dias, em 2007, e Casa das Máquinas, em 2008, também brilharam na noite


principal. Este ano, o Som Nosso de Cada Dia foi a atração principal. "Muitas bandas se fizeram aqui no festival, que ganhou projeção nacional trazendo também os grandes nomes", diz Osieck.


Entre os independentes mais comentados pelo público estavam a divertidíssima Bandinha de Dá Dó, mistura de banda e trupe de palhaços, os curitibanos do Mesa Girante, Pata de Elefante e os


mineiros do Zé Trindade.


A primeira ninguém esquece


Mesmo sob a chuva que começou a cair no final da tarde da segunda-feira, o público parou para ver os curitibanos do Mesa Girante. Estreante nos palcos e usando o Psicodália de termômetro, a


banda diz sofrer com um dilema: "A gente gosta de música boa: soul, jazz, rock progressivo. E aí trazemos isso no nosso som", explica a vocalista Marina Matiazi.


A boa receptividade do público superou os medos da banda, que tem quatro meses com a atual formação e um single de cinco músicas gravadas em estúdio pelos fundadores Marina e Hermann.


"Estávamos com medo da chuva, mas foi muito bom. O grande atrativo daqui é reunir público de vários estados e afim de ver som próprio, o que não acontece em Curitiba, onde o pessoal parece


preferir os enlatados e não tem tanto interesse em ouvir som novo", opina Marina.


Lançamentos


Além dos discos trazidos na bagagem das bandas, alguns lançamentos coroaram o festival. A banda mineira Zé Trindade mostrou a primeira prensagem do seu DVD ao vivo. A Sopro Difuso aproveitou


para lançar o seu disco ao vivo, gravado no festival no ano passado. A coletânea com gravações em estúdio de todas as bandas que tocaram este ano também circulou por lá.


No vídeo, a atração foi o lançamento do filme Psicodália, um documentário sobre o festival, gravado em 2004, que só foi finalmente editado este ano e exibido ao público em quatro partes ao


longo da noite de sábado.


Apostando no melhor do estilo faça-você-mesmo, a banda O Conto, estreante nos palcos e no festival, resolveu gravar em tempo recorde, ao vivo, na tarde de domingo no palco do evento e


lançado ao público na segunda.


"No Brasil, não se registra o que acontece nos festivais, temos sempre de garimpar esse material. Para não nos cobrarmos no futuro, resolvemos lançar esse disco, mais como um registro",


conta Davi Henn, vocalista e guitarra da banda.


O disco veio com a arte pronta de Curitiba e as oito músicas de autoria própria foram gravadas em mono, com erros de passagem, microfonia e o barulho do público. "Ainda não deu tempo de


assimilar, fizemos algo inédito: gravamos em um dia e lançamos no outro", diz Henn.


O Psicodália de 2010 acontece novamente no carnaval. A organização planeja eventos parecidos para acontecer ao longo deste ano na capital, em um circuito de bares, com oficinas e


apresentações de bandas nos finais de semana. Apesar dos boatos de que o festival se mudaria para Minas Gerais, os organizadores desmentem e dizem que a intenção é continuar em São Martinho.


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