
Aumenta chance de retaliação aos eua
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A dez dias do prazo marcado para o início da retaliação do Brasil contra os EUA por conta dos subsídios americanos aos produtores de algodão, terminou em impasse em Washington a última
negociação face a face entre representantes dos dois países. Se não houver acordo até o próximo dia 21, Brasília poderá impor a produtos e propriedade intelectual dos EUA sanções calculadas
em até US$ 830 milhões (R$ 1,48 bilhão). O embaixador brasileiro na OMC, Roberto Azevedo, principal negociador do país na disputa, afirmou que "não se chegou a uma conclusão
satisfatória para nenhum dos lados" neste encontro final. Não estão previstas novas reuniões ao vivo, mas segundo Azevedo os dois lados provavelmente ainda conversarão por telefone
antes da próxima quinta-feira. Nesta data o Brasil tomará uma decisão sobre as sanções em uma reunião de ministros na Camex (Câmara de Comércio Exterior). A retaliação foi avalizada pela
Organização Mundial do Comércio após mais de sete anos de disputas entre Brasil e os EUA. Deveria ter começado em abril, mas foi adiada primeiro em duas semanas e depois em dois meses para
que, a partir de um aceno americano com medidas paliativas, os dois países fechassem um acordo definitivo. Nas negociações em curso, o Escritório de Comércio dos EUA (USTR, sigla em inglês)
já avisou que qualquer mudança nos subsídios ao algodão, motivo da retaliação autorizada pela Organização Mundial do Comércio (OMC), só poderá ser feita após 2011, quando for reformulada a
Lei Agrícola americana (Farm Bill). O USTR afirma que também haverá grandes dificuldades justamente na parte de acesso a mercados, como a eliminação de barreiras a produtos como o etanol e o
suco de laranja. Isso porque, argumentam os negociadores americanos, o Executivo está nas mãos do Congresso que, por sua vez, será renovado em um terço em eleições previstas para o fim
deste ano. Segundo o Itamaraty, as manifestações dos setores privado e acadêmico brasileiro já foram analisadas e a elaboração das medidas específicas contra os EUA se encontra em estágio
final. Para garantir a adoção desse princípio, o presidente Lula sanciona nos próximos dias uma medida provisória, aprovada na última quinta-feira pelo Senado, que permite a retaliação
cruzada.