Bc atenua efeito de risco menor sobre dólar

Bc atenua efeito de risco menor sobre dólar


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A contínua queda do dólar reflete a melhora do risco Brasil e, durante esse processo, é ''importante'' que o Banco Central mantenha as compras de moeda norte-americana do


mercado, afirmou à Reuters o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Júlio Sérgio Gomes de Almeida. ``(O país) vai ter que aprender a lidar (com o dólar mais baixo) e


eventualmente a gente prosseguir ou ampliar -aí vai depender muito das avaliações- as intervenções no mercado de câmbio'', disse o secretário nesta terça-feira, ressaltando que o


assunto ``técnico'' é de responsabilidade do Banco Central. A expectativa de Gomes de Almeida é de que a valorização do real se arrefeça à medida que o risco-país se aproximar da


média dos países emergentes e o juro cair mais. O secretário, que antes de participar do governo estava à frente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), acrescentou


estar preocupado com o efeito da valorização do real sobre a indústria, em particular sobre setores intensivos em mão-de-obra, que sofrem a concorrência direta da China. Ele destacou


especificamente os setores de vestuário, calçados, metalurgia, produtos de escritório e brinquedos. ``Eu temo muito pela nossa indústria, por segmentos como esses'', disse. ``Nós


temos que atravessar de alguma forma este momento que, não vamos tampar o sol com a peneira, é um momento de dificuldade.'' Apesar da preocupação com a mudança de patamar do


câmbio, Gomes de Almeida afirmou que o movimento não afetou a projeção de crescimento do país feita pelo Ministério da Fazenda, de 4,5 por cento este ano. Segundo o secretário, a avaliação é


de que os efeitos da concorrência asiática atingiram o pico no ano passado -quando as empresas procuravam conquistar mercado- e que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) contribuirá


com 0,5 ponto percentual para o crescimento. Nesta semana, o dólar caiu abaixo de 2,10 reais, o menor patamar desde maio do ano passado, e o risco Brasil, medido pelo JP Morgan, chegou à


mínima histórica de 177 pontos-básicos sobre os Treasuries. O BC vem comprando dólares do mercado quase diariamente desde meados de 2006.