
Debêntures puxam alta de captação de companhias em 2012
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A emissão de DEBÊNTURES (títulos de dívida de longo prazo) foi responsável por mais da metade das captações de capital das empresas brasileiras no mercado doméstico pela primeira vez na
série histórica, iniciada em 2003. Segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o percentual do total captado em 2012 através desses
papéis chegou a de 62,5%. O resultado reforça a tendência observada em 2011, quando as debêntures corresponderam a 42,5% do total captado no mercado doméstico. De 2004 a 2010, a principal
fonte de captação das empresas foi a renda variável (ações). Apenas em 2003, as debêntures tinham ficado na frente, com 43%, enquanto as ações atingiram 23%. As empresas captaram R$ 86
bilhões com debêntures em 2012 no mercado doméstico. Já o total de captações, incluindo a renda variável e o mercado externo (emissões de papéis feitas de empresas brasileiras feitas no
exterior), chegou a R$ 234,9 bilhões, um aumento de 30% sobre resultado de 2011. Outros tipos de papéis de renda fixa não mostraram evolução significativa no período. Os FDICs (Fundos de
Investimento em Direitos Creditórios) tiveram uma redução para 4% do total, pior resultado desde 2003, e os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) caíram de 11,3% em 2011 para 7,2%
no ano passado. As notas promissórias tiveram uma pequena alta de um ano para outro, de 15,9% para 16,3% do total arrecadado no mercado doméstico. A captação com ações caiu de R$ 19 bilhões
para R$ 14,3 bilhões e teve o pior desempenho desde 2005. Em relação aos prazos dos contratos, os níveis voltaram ao nível anterior à crise, com crescimento de papeis de mais de 10 anos
(13%) e de sete a nove anos (17,4%). Embora as empresas de capital aberto ainda respondam por metade das captações de debêntures e notas promissórias, as empresas fechadas realizaram o maior
número de operações, 67,8% do total. Na avaliação do diretor da Anbima Marcio Guedes, as empresas aproveitaram a maior parte dos recursos para reestruturar seus balanços. Os recursos foram
destinados em grande parte à redução de passivos (39,3%) e ao capital de giro, que saltou de 4,6% para 20,4% do total. "O capital foi para o caixa", diz Guedes. A emissão de bônus
(outro tipo de título de dívida) e MTNs (Medium Term Notes) no mercado externo foi outro fator importante para a alta na captação de recursos em 2012. Os bônus atraíram R$ 95,8 bilhões, uma
alta de 54,21% sobre 2011. No total, os recursos captados no exterior representam 40,8% do total captado no ano passado 2013 Para este ano, Guedes diz que o mercado deve ser positivo.
"Há uma demanda represada das empresas. Havendo uma melhora do cenário internacional, elas vão tentar buscar [mais capital]." Guedes diz que a tendência dos investidores em renda
fixa é a migração para papeis de maior risco, como os fundos imobiliários, deixando de lado papéis atrelados ao CDI. Sobre uma possível repercussão negativa do aumento da interferência do
governo na economia, Guedes diz que não sentiu impacto no apetite de investidores. "Não houve confrontamento da legalidade".