Além da conta

Além da conta


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Foi mesmo de arrepiar. Estava aqui me preparando para encontrar boas razões para a desclassificação do time na Copa do Brasil, enfatizando a festa que a torcida fazia ainda com o placar


desfavorável. Daí, como que saído do nada, o atacante Douglas foi lá e garantiu o gol que põe o Paraná Clube na terceira fase do torneio, habilitado a enfrentar o Palmeiras a seguir.


Pensando bem, aquele gol do Ceará marcaria uma grande injustiça caso desse a classificação aos adversários. Um instante antes os paranistas tinham posto uma bola na trave, haviam criado


outras oportunidades, embora a postura ofensiva dos cearenses tenha marcado a partida, pela necessidade de fazer gol e recuperar a vantagem. Tão sofrido e humilhado nos últimos tempos (cair


para a segunda divisão paranaense é doído demais), o torcedor tricolor bem que merecia escancarar esse sorriso no rosto. O que vier pela frente agora é lucro. À FLOR DA PELE Semana de


Atletiba sempre mexe com o torcedor. É um evento à parte de qualquer competição, valendo pontos ou não, para um dos lados ou para os dois. Nada disso importa. O que mexe é que é Atletiba e


em alguns casos (na maioria quase absoluta deles) vale mais um triunfo no clássico do que a conquista de um campeonato. Mais ainda quando o triunfo no clássico determina a conquista do


campeonato. Pena que o do próximo domingo terá mais uma vez a bobagem de abrigar somente uma torcida (decisão justa e isonômica, por ter sido assim o primeiro confronto do ano, mas que é


burrice, é, já que, ainda assim, houve registros de violência pelas ruas da cidade, como se previa), quebrando o brilho da rivalidade e da alternância de vibrações que a rivalidade constrói.


Costumo dizer ser impossível antecipar um favorito. O Atletiba zera as vantagens, mistura os conceitos e desconsidera todos os fatores que normalmente influem numa partida de futebol. Mas


há alguns argumentos que podem ser considerados. E o mais forte deles é o "sangue doce" que o Atlético deve levar para o Alto da Glória. Primeiro, por ter reconquistado, na rodada


passada, o direito de poder fazer do clássico o jogo para decidir o segundo turno (o que não era possível com a diferença de quatro pontos que vinha até o empate coxa em Ponta Grossa). Além


disso, por já terem os rubro-negros o direito de decidirem o campeonato em outra ocasião, caso não consigam arrematar também esse returno. Significa dizer que a pressão sobre o Coritiba será


bem maior, por precisar construir o resultado para ter a chance da decisão extra contra o maior rival. Nada que não seja possível administrar, mas que pesa, pesa. O empate pode até ser


recebido como bom resultado, por manter a vantagem na pontuação até a rodada final, quando aí só dependeria das próprias forças para fechar o turno em primeiro. E a vitória, claro, seria


motivo de dupla festa, pois representaria uma conquista advinda de um resultado direto sobre os antagonistas. Ferramentas, enfim, que certamente nos brindarão o domingo com um grande jogo,


como não assistíamos há um bom tempo. Veja também