Anticopa violento

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Cerca de 300 pessoas participaram de um ato contra a Copa do Mundo da Fifa ontem à tarde em Curitiba, pouco antes do jogo entre Irã e Nigéria, primeira partida do evento na cidade. Pelo


menos três agências bancárias localizadas no Centro de Curitiba foram depredadas. Uma estação-tubo também foi vandalizada. O protesto gerou corre-corre entre pessoas que circulavam pela


região e fez com que comerciantes fechassem as portas mais cedo. "A gente viu um monte de gente mascarada jogando bomba. Ficamos com medo e fechamos a porta na hora", disse a


vendedora Priscele Aparecida da Rocha Sampaio, de 38 anos. No cruzamento entre as Avenidas Sete de Setembro e a Marechal Floriano Peixoto, os manifestantes provocaram um bloqueio, obrigando


os ônibus a pararem. Houve fila de coletivos e, durante o transtorno, os passageiros não puderam descer dos coletivos. Uma agência do banco HSBC, uma Caixa Econômica Federal e uma do Itaú


foram depredadas. "Nós queríamos quebrar tudo mesmo, principalmente os bancos", disse um dos participantes, visivelmente bêbado. Por volta das 18h30, os funcionários das agências


bancárias começaram a substituir os vidros quebrados. Até o fechamento desta edição, 14 pessoas que participavam do protesto foram detidas e levadas à Delegacia de Eventos de Futebol.


Segundo o Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), cinco manifestantes foram detidos porque estavam pichando ônibus e fachadas e depredando estabelecimentos. Um deles foi


pego em posse de um coquetel molotov. Os manifestantes, contrários à realização da Copa do Mundo no Brasil, se reuniram por volta das 14h30 na Boca Maldita e seguiram em direção à Arena da


Baixada. No caminho, derrubaram lixo na faixa de pedestres e atearam fogo, impedindo a passagem de automóveis. O grupo bloqueou os cruzamentos das ruas Desembargador Westphalen com a Avenida


Iguaçu e Avenida Marechal Floriano Peixoto com a Sete de Setembro, ao lado do Shopping Estação. Alguns manifestantes seguravam cartazes protestando contra as ações da Fifa, exploração


sexual e supostos atos "higienistas" – retirada de moradores de rua e recolhimento de seus pertences – realizados no centro da capital. Os protestos do dia que abriu a Copa em


Curitiba começaram pela manhã de forma pacífica. Na Boca Maldita, no Centro de Curitiba, ativistas ligados ao movimento LGBT fizeram uma manifestação contra as leis anti-homossexuais


vigentes nos países que disputam a Copa do Mundo na cidade. Além de Irã e Nigéria, também estão nessa lista Argélia e Rússia, que jogam no dia 26. "A ideia foi fazer a denúncia da


homofobia no mundo. Não é por direitos humanos, é por direito à vida, porque as pessoas no Irã são decapitadas, jogadas de penhascos e apedrejadas por serem gays", explica o ativista


Toni Reis, presidente do grupo Dignidade. _Colaboraram: Angieli Maros, Felippe Aníbal, Kelli Kadanus, Rodrigo Batista e Yuri Al’Hanati._