Despertai! Despertai!

Despertai! Despertai!


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“_Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará.”_ (Efésios 5,14) Quero falar ao leitor algo a respeito do momento em que estamos vivendo. A


situação de insegurança e medo ocasionada pelas mortes de Covid-19 reflete a maneira como você aprendeu a entender esse vírus em seu dia a dia, em seu _modus vivendi_. Quero dizer com isso


que o vírus, para alguns – ou talvez para você – incluiu um novo tipo de realidade: _o perigo constante de morte_; e isso, contudo, não é verdade! O vírus é apenas mais um (dentre tantos)


fenômenos que ressaltam a fragilidade da nossa vida e a iminência da morte que opera sobre e ao redor de nós todos os dias. Por exemplo: se o vírus não existisse, ainda assim estaríamos


sujeitos a morrer a qualquer momento. Não há nada nessa terra que possa nos garantir nem sequer um segundo a mais de existência: “Não há nenhum homem que tenha domínio sobre o vento para o


reter; nem tampouco tem ele poder sobre o dia da morte” (Eclesiastes 8,8), diz a Palavra de Deus. Acredito que aqueles que estão lidando com a Covid-19 com desespero e surpresa o fazem


porque perderam de vista que a todo momento podem morrer, seja por qualquer outra coisa: acidentes, gripe, infarto, engasgo, cortes, fraturas, infecções, assassinato, câncer, pedra no rim...


enfim, há inúmeras possibilidades! A Covid-19 é mais uma, com suas prevenções e inevitabilidades. Diante disso, há várias maneiras de entender a terrível situação em que nos metemos. Uma


delas é ver você e eu sendo chacoalhados pela providência de Deus a respeito da nossa sensação de tranquilidade, domínio e poder sobre as condições de nossa vida e o fim dos nossos dias. O


fato é que vivemos pensando que temos certo domínio sobre a nossa vida e que possuímos poder sobre o funcionamento biológico de nossa espécie: “Temos a ciência, temos grandes médicos


especialistas, hospitais supercapacitados, cirurgias altamente tecnológicas e inovadoras, remédios eficazes, segurança, paz, tranquilidade. Assim, podemos morrer com certa previsão e até lá


pensar bem sobre quais coisas serão importantes para nós”, você pode pensar. Mas, em certa medida, a pandemia está mudando isso, e espero que mude você, que lhe desperte! Para o quê? Para o


fato bíblico de que você não tem poder sobre sua vida. Nenhuma mansão com segurança máxima, nenhum hospital de ponta, nenhum médico Ph.D. e nenhuma vacina podem adiar a convocação de Deus


para aqueles a quem Ele já determinou o fim da linha: “Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás.” (2 Reis 20,1). Creio que vivemos um momento único na história, onde Deus


soberanamente está decidindo permitir e usar a proliferação de um vírus para nos lembrar da realidade da morte e nos despertar para o que a sucederá. Está escrito em Hebreus 9,27 que “aos


homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo”. A morte, seja da forma como vier, pela Covid-19 ou eletrocutado, é um chamado de Deus para comparecermos à sua


presença santíssima e eterna a fim de sermos julgados por Ele: “Um só é Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e fazer perecer” (Tiago 4,12), e, neste julgamento, tudo o que fizemos


anteriormente à nossa morte será avaliado criteriosamente pelo Senhor: “Pois Deus trará a julgamento tudo o que foi feito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mau”


(Eclesiastes 12,14). Essa convocação não tem hora marcada, nem aviso prévio. E a Covid-19 pode ser um instrumento a ser usado para recolher sua alma. Diante Dele não haverá mais tempo de


arrependimento ou possibilidades de defesa. Iremos apenas para sermos julgados. Conta-se que, certa vez, o famoso pregador do século 18 George Whitefield (1714-1770) pregou um sermão baseado


neste pequeno versículo de Hebreus 9,27. Havia várias pessoas reunidas no salão para ouvi-lo pregar. Quando subiu no púlpito, não fez nenhuma introdução, apenas leu o texto. Quando


terminou, ficou em silêncio e um grito de horror foi ouvido no meio do salão. Um dos pregadores foi até o local, voltou para George e disse: “Estamos entre os mortos”. Uma mulher havia


morrido. Todos ficaram tomados de pavor. Mas George continuou e leu mais uma vez o versículo, e mais um grito foi ouvido. Outra pessoa tinha sido levada à presença de Deus para ser julgada.


De uma forma diferente, estamos presenciando o mesmo com muita velocidade: Deus convocando várias pessoas para esse momento. Pessoas que nunca pensaram sobre essa situação e nunca se


prepararam para estar frente a frente com o Juiz de toda a Terra estão sendo levadas. Mas, se você ainda não foi chamado, aproveite o seu tempo! Eu suplico a você que se reconcilie com Deus


imediatamente: “Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus” (2 Coríntios 5,20). Reconheça sua perversidade, arrependa-se de seus pecados e confesse suas iniquidades ao


Senhor: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1,9). Lance suas esperanças de salvação na obra de


redenção de Jesus Cristo e creia no Cordeiro que morreu e sangrou para pagar pelos seus pecados, para torná-lo justo diante de Deus e livrá-lo da ira divina no dia do juízo: “Logo, muito


mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Romanos 5,9). VEJA TAMBÉM: * Perguntas importantes sobre a pandemia * Pipocas mais salgadas Por fim, esteja


preparado para morrer e comparecer a esse grande encontro. Infelizmente, na nossa sociedade consumista, veloz, saudável e próspera, ninguém parece considerar seriamente o fim da vida; no


máximo, refletimos por algumas semanas quando um ente querido é levado à casa mortuária. Dormimos diante de tão grave realidade: “Assim, pois, não durmamos como os demais; pelo contrário,


vigiemos e sejamos sóbrios” (1 Tessalonicenses 5,6). Mas o que você fará quando esse vírus – mesmo tomando as medidas sanitárias que quiser –, pela soberania de Deus, chegar até você e


colocá-lo em um leito entubado? Não haverá mais tempo. Agora é o seu tempo! É tempo de despertar para a realidade da morte e o que virá após ela. São tempos de dor para despertamento. Como


disse C. S. Lewis, “o sofrimento é o megafone de Deus” para um mundo surdo, sonolento e confortável com o pecado. Não negligencie esse aviso. Não menospreze a paciência de Deus: “Não retarda


o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pedro


3,9-10). _FERNANDO RAZENTE é historiador com atuação em rádio, assessoria e mídia._