Brasileiro come menos gordura e mais verde

Brasileiro come menos gordura e mais verde


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Veja o que melhorou e o que piorou na alimentação do brasileiro O brasileiro está comendo mais hortaliças e consumindo menos gordura – dois índices que melhoram a qualidade de vida a longo


prazo. Por outro lado, a ingestão de refrigerantes e de outros alimentos com açúcar continua em alta. E a população está cada vez mais sedentária. Os dados foram divulgados pelo Ministério


da Saúde ontem, Dia Mundial da Saúde. A pesquisa do ministério é feita anualmente por telefone e revela o perfil da alimentação e das atividades físicas do brasileiro. Os dados mostram que


cerca de 30% da população consomem hortaliças cinco ou mais vezes por semana, enquanto quase 19% consomem cinco porções por dia (quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde). Em


2006, apenas 7,1% da população consumia frutas e verduras com a mesma regularidade. Quanto ao consumo de gordura animal, nos últimos três anos o índice de brasileiros que tinham o hábito de


consumir carnes vermelhas gordurosas e pele de frango caiu de 39,2% para 33%. Para a diretora do curso de Nutrição da Pontifícia Universidade do Paraná (PUCPR), Louise Saliba, a notícia é


boa, já que o recomendado pela OMS é consumir apenas 500 g de carne vermelha por semana para evitar o câncer. A pesquisa também registrou um aumento significativo do consumo de bebidas


adoçadas com açúcar. Cerca de 76% dos adultos bebem refrigerantes e sucos artificiais pelo menos uma vez por semana e 27,9%, quase todos os dias. Isso equivale a um aumento de 13,4% no


consumo dessas bebidas em apenas um ano. DIFICULDADES O comprador Marcelo Cardoso, 33 anos, almoça quase todos os dias fora de casa. Mas, mesmo quando come em shopping, não dispensa o arroz


com feijão. O maior problema, para ele, é ter tempo para se alimentar de maneira saudável. "Procuro fazer refeições saudáveis. Mas, às vezes, nem dá tempo de almoçar", reconhece.


Além da falta de tempo, a nutricionista Louise Saliba lembra que o acesso e o preço de alimentos considerados saudáveis também são empecilhos. "Frutas e verduras in natura são


relativamente baratos. Mas um suco de frutas, um sanduíche natural, um iogurte e até mesmo uma maçã lavada podem custar muito caro nos shoppings e no comércio de rua e nem sempre são fáceis


de encontrar. Já encontrou algum lanche saudável em terminal de ônibus?", argumenta. ATIVIDADE FÍSICA Os dados divulgados pelo ministério revelam outro grave problema: o brasileiro está


mais sedentário. Apenas 14,7% dos adultos fazem atividade física no tempo livre e com a regularidade recomendada – 30 minutos diários, cinco vezes por semana. O número sobe para 30% quando


incluída a parcela da população que se desloca para a escola ou para o trabalho a pé ou de bicicleta. Mesmo assim, a situação é preocupante. Os sedentários, hoje, representam 16,4% da


população. Em 2006, 13,2% da população era inativa fisicamente. Para o consultor do ministério da saúde e professor da PUCPR e da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Rodrigo Reis, para


mudar a situação, é preciso transformar as cidades em ambientes que estimulem um estilo de vida mais ativo. "As cidades precisam se voltar para as pessoas. Precisamos de menos carros e


mais áreas verdes para que as pessoas se sintam mais estimuladas", acredita. Para o endocrinologista e professor da UFPR Henrique Suplicy Lacerda, a educação é fundamental para


transformar os hábitos do brasileiro. "Já na escola as crianças precisam aprender a importância da alimentação saudável e da atividade física", diz. SERVIÇO: Para saber mais sobre


alimentação saudável, acesse http://dtr2004.saude.gov.br/nutricao/documentos/faq_guia_alimentar.pdf