
Do tamanho de um coração de mãe
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À parte o lado comercial a data é a segunda melhor para o comércio, perde apenas para o Natal , muitos filhos têm motivos de sobra para celebrar hoje o Dia das Mães. Pela empenho delas,
muitos devem a vida não apenas pelo nascimento, mas também pela doação plena. Conheça três histórias de dedicação. DOAÇÃO DE RIM A 3 MIL QUILÔMETROS DE CASA O Dia das Mães deste ano é
especial para a doméstica Sandra Cavalcante de Farias, 32 anos. Pela primeira vez depois de dois anos, ela passa a data com toda a família em casa, em Porto Velho, capital de Rondônia, Norte
do Brasil. E o melhor: ela e a caçula dos três filhos, Larissa Rodrigues de Farias, que completa 10 anos dia 1.° de junho, gozam de boa saúde. Em maio de 2005, ao saber que em sua cidade
nenhum hospital tinha condições de tratar da insuficiência renal de Larissa, causada pela forte medicação no tratamento de seguidas pneumonias, Sandra não pensou duas vezes antes de encarar
os 3 mil quilômetros entre Porto Velho e Curitiba. "Ela estava com os rins secos. Quando o médico me disse que se ela ficasse em Porto Velho morreria, eu disse que faria qualquer coisa
para salvar minha filha", revela. Sandra ouviu do médico que tratava a menina que em Curitiba o Hospital Pequeno Príncipe tinha know-how para o caso. Após conversar com o marido, o
motorista de ambulância Luiz Lemos de Farias, 42 anos, a mãe decidiu largar o emprego e o supletivo do 2.º grau para tentar salvar a filha longe de casa. Em 25 de maio de 2005 as duas
chegavam a Curitiba. "Saímos de um calor de quase 40 graus e chegamos aqui com 12ºC", recorda. Dali em diante, até setembro do ano passado, a menina ficou internada e a mãe passou
a viver na casa de apoio do hospital, mudando-se depois para um sobrado no Jardim Holandês, em Piraquara. Apesar de todo o esforço de até então, Sandra ainda não sabia que iria ajudar muito
mais Larissa. Os quatro primeiros meses foram os mais duros. Como nem a hemodiálise fazia mais efeito, os médicos optaram pelo transplante. "Nesse período, senti muita solidão. E a
Larissa chegou a ir 30 vezes para o centro cirúrgico", lembra Sandra. Como nenhum rim foi encontrado para ser transplantado, os pais fizeram exames para doação. Ambos eram compatíveis,
mas Sandra decidiu doar o dela. "Já estava aqui e o pai dela trabalhava para sustentar a nós e os outros filhos", explica. No transplante, dia 5 de setembro de 2006, o último rim
de Larissa foi extraído o outro já havia sido retirado oito meses antes. "Quando eu chorava de dor após a cirurgia, era ela que me consolava. Mas em nenhum momento pensava em mim.
Minha preocupação era toda com ela", lembra Sandra. "Eu falava para a minha mãe que o pior já tinha passado, que logo a gente ia para casa", confirma Larissa. Sandra e Larissa
ficam em Porto Velho até o fim do mês. Os médicos as liberaram por apenas um mês. Alta definitiva Larissa terá só após um ano da cirurgia e mesmo assim ainda terá de voltar a cada dois
meses para acompanhamento. "Não há problema algum de a gente voltar. Por um filho a gente faz tudo", resume Sandra.