Para evitar greve de ônibus, empresas prometem quitar adiantamento nesta 5º

Para evitar greve de ônibus, empresas prometem quitar adiantamento nesta 5º


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Três das quatro empresas de ônibus de Curitiba que atrasaram o adiantamento salarial dos trabalhadores deste mês prometeram quitar todos os débitos até o final da tarde desta quinta-feira


(22). Uma das inadimplentes já quitou sua dívida na última quarta-feira (21). Conforme o acordo coletivo da categoria, os vales devem ser depositados integralmente todo dia 20. O sindicato


que representa motoristas e cobradores, Sindimoc, afirmou que aguardará a confirmação de todos os depósitos para descartar por completo uma nova paralisação do sistema. A promessa de


pagamento foi confirmada pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp). O Sindimoc, por meio do vice-presidente Dino Cesár de Mattos, também confirmou


que recebeu a informação da promessa de quitação, mas informou que o indicativo de greve deflagrado na última quarta permanecerá aberto que os depósitos sejam confirmados. Na manhã de


quarta-feira (21), cerca de dois mil motoristas e cobradores de transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana realizaram uma paralisação de uma hora e meia. O objetivo era cobrar o


depósito integral do vale por parte das empresas Redentor, Cidade Sorriso, Tamandaré e Araucária. Na ocasião, também foi deflagrado o indicativo de greve. Após esse aviso, motoristas e


cobradores precisam esperar 72 horas para concretizar a paralisação -- prazo que iria vencer as 6 horas de sábado (24), primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo o


Sindimoc, uma eventual paralisação afetará, primeiramente, as linhas ofertadas pelas empresas devedoras. Durante o protesto realizado na quarta, a zona sul da capital foi a mais afetada,


especialmente os bairros Sítio Cercado, Cidade Industrial de Curitiba (CIC), Pinheirinho, Boqueirão e também linhas que vão até Almirante Tamandaré. Veja também ACORDO COLETIVO A convecção


coletiva dos motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba estabelecia, até o ano passado, que as empresas deveriam pagar até 40% de adiantamento salarial todo dia 20. Essa redação permitiu,


nos últimos anos, que empresários depositassem valores abaixo desse teto porcentual. Trabalhadores chegaram a mostrar contracheques com R$ 12 referentes ao vale. Neste ano, os próprios


empresários sugeriram durante uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que a redação passasse a ser “antecipação salarial de 40% no dia 20 de cada mês”. A mudança fez com que


qualquer valor depositado abaixo desse porcentual passasse a ser ilegal. A desembargadora Ana Carolina Zaina, do TRT, ainda determinou uma multa diária de R$ 1 milhão às empresas, em caso de


atraso no pagamento de obrigações trabalhistas. O Setransp reconhece a ilegalidade do atraso, mas afirma que ele somente ocorreu porque o sistema de transporte está em “crise há tempos”. Em


nota enviada ontem, a entidade informou que “existe a expectativa de que as conversas entre as empresas e Urbs, com a mediação do Ministério Público, possam pacificar o sistema”.