Governo manobra para tentar esvaziar caso bancoop no senado

Governo manobra para tentar esvaziar caso bancoop no senado


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O GOVERNO iniciou nesta terça-feira uma manobra para tentar evitar que a oposição explore o caso da COOPERATIVA HABITACIONAL DOS BANCÁRIOS (Bancoop) no Senado. O líder do governo na Casa,


ROMERO JUCÁ (PMDB-RR), busca uma forma de esvaziar o depoimento a ser prestado pelo tesoureiro do PT, JOÃO VACCARI NETO, à CPI DAS ONGS. Ele quer promover uma audiência pública conjunta com


Vaccari, o promotor de Justiça JOSÉ CARLOS BLAT e o corretor de valores LÚCIO BOLONHA FUNARO. Blat acusou Vaccari, ex-presidente da Bancoop, de desviar recursos da entidade para financiar


CAMPANHAS eleitorais do PT. Funaro teria dito que dirigentes do PT desviaram dinheiro de fundos de pensão de empresas estatais com a mesma finalidade. Procurado pela Reuters, Jucá não estava


disponível para conceder entrevista. Vaccari e o PT negam as IRREGULARIDADES. Mas a oposição tenta explorar o caso para atacar o PT a poucos meses das eleições. "Tem que ser na CPI.


Para valer, é na CPI", disse à Reuters o senador Alvaro Dias (PSDB-PR). "O Vaccari já disse que vinha, então é só marcar a data." O depoimento de Vaccari à CPI das ONGs estava


marcado para esta terça, mas foi adiado a pedido do petista. Ele alegou que seu advogado estava fora do país. Ele havia sido convocado depois que a oposição aprovou um requerimento devido a


um cochilo dos senadores da base aliada que integram a CPI. Governistas também ameaçaram apresentar requerimentos às comissões do Senado pedindo a convocação de envolvidos em supostas


irregularidades cometidas por governos da oposição nos Estados, como o Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em outro front, o líder do governo ameaçou nesta terça tentar


rejeitar a ata da sessão da CPI em que Vaccari foi convocado, anulando assim o resultado da votação. Depois, pediu que a sessão desta tarde fosse adiada para conversar com a oposição sobre


"os procedimentos" a serem adotados pela CPI. "Só se desaprova ata se houver alguma imprecisão. Seria o fim da picada (rejeitar a ata), aí se vai à Justiça", afirmou o


presidente da CPI das ONGs, senador Heráclito Fortes (DEM-PI). "Ele propôs uma conversa para discutir procedimentos daqui para frente, o que é positivo", acrescentou. Por enquanto,


a oposição pretende centrar seus esforços na CPI das ONGs. No entanto, mantém a estratégia de também tentar explorar o caso Bancoop em outras frentes. Os senadores de DEM e PSDB conseguiram


aprovar nesta terça, por exemplo, convite a Vaccari, Blat e Funaro na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle. O mesmo já havia sido feito na Comissão de


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