Do tipo 1 ao tipo 2

Do tipo 1 ao tipo 2


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Manter o nível de açúcar no sangue em valores considerados adequados parece tarefa quase impossível aos diabéticos brasileiros, segundo dados apresentados no International Diabetes Forum, no


fim de abril, em São Paulo. Dos 13 milhões de diabéticos estimados no país, 76% estão mal controlados, não apenas devido à alimentação inadequada, mas também a alguns medicamentos que


contribuem para o ganho de peso e crises de hipoglicemia (redução do açúcar no sangue). As novidades farmacêuticas têm procurado dar mais segurança e controle ao diabético e ao médico. Veja


algumas novidades: • A bomba de insulina conhecida dos pacientes ganhou um reforço no controle da glicemia. Quando o aparelho percebe que a glicemia sofreu uma redução perigosa, emite um


sinal ao paciente – seja por bipe ou vibração – e, caso o diabético não possa desligar o aparelho, para que a insulina deixe de ser infun­dida na corrente sanguínea, a bomba suspende a


administração do hormônio. O procedimento evita crises de hipoglicemia, que podem levar a um coma diabético. • Ainda não há aparelhos que aumentam a dosagem de insulina quando a glice­mia


está alta, mas a bomba de insulina que suspende a infusão é considerada o primeiro passo para o pân­creas artificial mecânico. O endocrinologista do laboratório Frischmann Aisengart e um dos


organizadores do Fórum Internacional, Mauro Scharf, acredita que a iniciativa Dream Project do médico israelense Phillip Moshe, que pretende criar um pâncreas artificial, pode chegar a bons


resultados em dois anos. Além de suspen­der a insulina quando a glicemia reduz, o pâncreas artificial poderá aumentar o hormônio quan­do o açúcar subir, mantendo o nível ideal do diabético.


• A principal dificuldade entre os endocrinologistas é evitar crises de hipoglicemia com o uso da insulina. Quanto mais hormônio no sangue, menor a quantidade de açúcar, e maior o risco de


desmaios e crises. Uma das novas drogas é a degludec, da Novo Nordisk, que apresentou um perfil de 60% menos hipoglicemia que outras insulinas e está em pesquisa clínica, inclusive pelo


Centro de Diabetes de Curitiba. • Com aplicação única, a lixisenatida, lançamento da Sanofi Diabetes, age de forma semelhante ao hormônio GLP-1, natural do organismo, associado à produção de


insulina no sangue. Os efeitos dessa insulina de longa duração ocorrem principal­mente na glicemia pós-pran­dial (taxa de açúcar no san­gue após as refeições) e é voltada aos diabéticos


tipo 2. A droga é destinada também à redução de peso pela ação no siste­ma nervoso central e a dose é fixa, sem necessidade de ajuste ao longo do tratamento. • Além de reduzir a absor­ção de


glicose, o medica­men­to da Bristol-Myers Squibb e da AstraZeneca, dapagliflozin elimina o excesso de açúcar pela urina do diabético. São, em média, 70g de glicose, que represen­tam uma


redu­ção de 280 calorias por dia. O remédio é voltado apenas a diabéticos tipo 2 e auxilia na diminuição de peso e pressão arterial do paciente. _*A jornalista viajou a convite da Sanofi


Diabetes._