
Autárquicas. Recandidatar para ganhar. Ps em ligeira vantagem
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Se a reeleição de presidentes de câmara fosse favas contadas, os socialistas partiam em ligeira vantagem para as eleições de dia 29 de Setembro. O PS é o partido que mais autarcas em
exercício coloca em cabeça-de-lista: 65 ao todo, o que lhe dá mais confiança na hora do voto. Mas nem todos os presidentes… Se a reeleição de presidentes de câmara fosse favas contadas, os
socialistas partiam em ligeira vantagem para as eleições de dia 29 de Setembro. O PS é o partido que mais autarcas em exercício coloca em cabeça-de-lista: 65 ao todo, o que lhe dá mais
confiança na hora do voto. Mas nem todos os presidentes deverão voltar ao cargo. A oposição aposta em mudanças de caras, mas tudo num ciclo mais desfavorável a viragens à direita, mesmo em
autarquias. Dos 132 presidentes de câmara, os socialistas voltam a apostar em cerca de metade (49%) nesta batalha eleitoral. Nas capitais de distrito voltam a concorrer o presidente da
câmara de Lisboa, António Costa, de Leiria, Raul Castro, de Évora Manuel Melgão, e de Viana do Castelo, José Maria Costa. Qualquer um dos quatro deverá conseguir a reeleição ou, pelo menos,
não são esperadas surpresas nas capitais com presidências socialistas. A avaliar pelos resultados das eleições anteriores, a reeleição não deverá estar longe para grande parte dos autarcas
socialistas, mas há casos mais renhidos, que em 2009 venceram por uma margem tão pequena que qualquer variação na abstenção pode fazer virar a vitória para outro candidato. Há quatro anos
foram 20 os presidentes do PS que venceram por uma margem (percentual e de votos) quase mínima. É o caso, por exemplo, da câmara de Vieira do Minho, em que o presidente da câmara Jorge
Dantas foi eleito apenas por 26 votos de diferença para o candidato da coligação PSD/CDS. Não é, no entanto, caso único. Dada a dimensão dos próprios municípios, no Alentejo qualquer
variação no número de votantes pode fazer pender a maioria dos votos para qualquer um dos lados (até porque alguns deles foram reconquistados ao PCP). No distrito de Portalegre, por exemplo,
as diferenças nas últimas eleições entre os presidentes de câmara de Campo Maior e de Monforte para os segundos foi de cerca de 200 votos. O PS tem ainda de contar com, pelo menos, dois
independentes que saíram das suas listas para concorrerem por um grupo de independentes. Os problemas nas bases do partido levaram a que, em Alcácer do Sal, o actual presidente (eleito pelo
PS), Pedro Paredes, seja agora candidato por um grupo de independentes. Os socialistas apostam em Torres Couto para manter a câmara. O mesmo aconteceu em Matosinhos. Guilherme Pinto perdeu o
apoio dos socialistas e vai concorrer agora como independente. Do lado do PS, o candidato é António Parada. EM EQUIPA QUE GANHA… Os sociais-democratas depararam-se com um problema diferente
dos socialistas. Para estas eleições tiveram de renovar grande parte dos seus cabeças-de-lista, impedidos de se candidatar à mesma câmara por causa da Lei de Limitação de Mandatos. Mesmo
assim, o PSD aposta (sem coligação) em 55 presidentes dos 117 que conseguiu eleger (47%) em 2009. A estas contas acrescem nove autarcas que foram eleitos em coligação com o CDS, e outros em
coligação com o CDS e outros partidos, como o PPM ou o MPT. Se todos os presidentes que se recandidatam sob a sigla do PSD fossem reeleitos (e colocando as coligações nesta conta), os dois
principais partidos estariam, também aqui, taco a taco nestas eleições autárquicas: 65 para o PS, 64 para o PSD. Se o PS leva vantagem nas contas gerais, o PSD tem, no entanto, mais margem
de manobra para perder votos. Dos 55 presidentes sociais-democratas que se recandidatam, a diferença para os segundos no último acto eleitoral autárquico foi mais larga do que no caso dos
socialistas. Apenas em oito casos a vitória foi suada e cria a incerteza para a recandidatura. O PSD ganha, no entanto, alguma incerteza na reeleição de presidentes de capitais de distrito.
Sozinho, o PSD tem cinco autarcas; só vai recandidatar Ricardo Gonçalves, em Santarém. Em coligação ganhou mais quatro câmaras capitais de distrito, mas também só vai recandidatar João
Barbosa de Melo, presidente da câmara de Coimbra. Já o PS tem ao todo oito capitais, mas recandidata quatro destes, já referidos. PCP RENOVA METADE Os comunistas são os que mais sofrem com a
necessidade de renovação nestas eleições locais, não pela percentagem (renovam 50%), mas pelo facto de, por terem menos presidentes, o risco ser maior. Dos 28 autarcas em exercício, 14
serão novamente cabeças-de-lista – e alguns deles já no último mandato permitido por lei (terceiro), o que vai significar nova limpeza de candidatos daqui a quatro anos. De todas as
presidências conquistadas em 2009, o PCP ficou apenas com Setúbal como capital de distrito. Maria das Dores Meira é novamente a número um. Nos restantes casos, os comunistas podem ter
algumas dificuldades, uma vez que em alguns concelhos do Alentejo as diferenças são mais pequenas, tendo em conta os resultados alcançados em 2009. Mesmo assim, os casos mais tremidos
(sempre com os resultados de 2009 em vista) são os de Alpiarça, para Mário Pereira, e do Crato, para João Teresa Ribeiro. CASOS GUILHERME PINTO O autarca de Matosinhos, eleito em 2009 pelo
PS, foi preterido pelos órgãos do partido. Assim, pelo PS o candidato vai ser António Parada. Guilherme Pinto concorre como independente e pode voltar a ganhar TORRES COUTO Alcácer do Sal
foi mais um dos casos polémicos para o PS. O presidente Pedro Paredes perdeu a confiança dos socialistas, que candidatam Torres Couto. O PCP aposta no presidente de Santiago do Cacém, Vítor
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