
Cana-de-açúcar testada com sucesso no tratamento de águas residuais
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Segundo Mafalda Vaz, a cana-de-açúcar pode ser utilizada com eficácia e “dupla vantagem” em estações de tratamento de águas residuais (ETAR) de plantas. O uso de cana-de-açúcar no tratamento
de águas residuais foi testado com sucesso na Universidade de Aveiro, tendo a vantagem de poder ser usada para produzir biocombustível, revelou esta quinta-feira fonte académica. A
experiência foi feita com uma ETAR piloto, pela doutoranda Mafalda Vaz, no âmbito de um trabalho de doutoramento em Ciências e Engenharia do Ambiente, da Universidade de Aveiro (UA). Segundo
Mafalda Vaz, a cana-de-açúcar pode ser utilizada com eficácia e “dupla vantagem” em estações de tratamento de águas residuais (ETAR) de plantas, substituindo as tradicionais macrófitas,
tais como o caniço. Além de comprovar em protótipo a eficiência no tratamento de efluentes, a doutoranda defende que a cana-de-açúcar pode ser usada para a produção de biocombustível, sendo
uma alternativa sustentável e de valor acrescentado face aos sistemas convencionais de tratamento de efluentes. As macrófitas são plantas adaptadas a solos alagados e já aproveitadas em
algumas estações de tratamento de águas residuais (ETAR) pela sua capacidade depuradora, nomeadamente de fósforo e azoto. O caniço ('phragmites australis') tem sido uma das
macrófitas mais utilizadas no tratamento de efluentes, devido à sua grande capacidade de remoção de poluentes e elevada resistência a condições ambientais extremas, mas pode ser substituído
com vantagem pela cana-de-açúcar. No estudo foi feita a avaliação da eficiência de uma ETAR de plantas à escala piloto, com enchimentos de resíduos e desperdícios de tijolo e calcário,
plantadas com cana-de-açúcar. "Concluiu-se que estes sistemas, quando correctamente operados e dimensionados, são eficazes na remoção de poluentes. A utilização de cana-de-açúcar, que é
a grande inovação do trabalho, constitui uma mais-valia, pois trata-se de uma cultura energética que poderá ser directamente convertida em bioetanol", explicou a doutoranda, em
declarações transcritas e divulgadas pela Universidade. Outra proposta do trabalho, testada na ETAR piloto, é a utilização de desperdícios de tijolo e de telha da construção civil na
impermeabilização e como material de enchimento na construção das ETAR de plantas. Assim evita-se o consumo de matérias-primas e de energia na produção de materiais específicos para o
enchimento e soluciona-se a questão da deposição dos desperdícios", conclui Mafalda Vaz, cujo doutoramento é orientado por Isabel Capela, professora do Departamento de Ambiente e
Ordenamento da UA, e Dina Mateus, professora do Instituto Politécnico de Tomar. Lusa