Rangel avisa costa: “não me intimida nem me calará”

Rangel avisa costa: “não me intimida nem me calará”


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Estalou o verniz entre Paulo Rangel e António Costa. O eurodeputado do PSD acusa António Costa de “na veste de primeiro-ministro diabolizar um deputado da oposição”. Em causa estão as


declarações de Paulo Rangel num debate no Parlamento Europeu, em novembro, em que o eurodeputado defendeu que o “acordo de forças de extrema-esquerda com o… Segunda-feira, no arranque do


debate na generalidade do Orçamento do Estado, Costa recordou o episódio e atacou a bancada do PSD. “Enquanto todos nos lembrarmos de Paulo Rangel e do seu comportamento no Parlamento


Europeu, bem podem pôr as bandeiras à lapela que nunca mais ninguém vos respeitará”. E acrescentou, para picar ainda mais a bancada do PSD: “Sei que para os radicais é difícil perceber o que


é o equilíbrio. E por isso tiveram de passar a vergonha de ter o presidente da comissão ríspido a dizer que os problemas nacionais se resolvem no próprio país”. Paulo Rangel não deixou a


resposta por mãos alheias. Num artigo publicado hoje no Público, todo ele dedicado ao episódio, o eurodeputado recorda o debate que manteve em Bruxelas com vários deputados portugueses,


entre eles Ana Gomes (PS), João Ferreira (PCP), Marisa Matias (BE) e Elisa Ferreira (PS), que consideraram a declarações de Paulo Rangel um “ataque dramático à democracia e ao país”, levando


mesmo  Juncker a intervir para lembrar que aquele não era um debate sobre Portugal mas sim sobre a Europa. “Devo dizer que acho que Juncker nem sequer tinha razão. O tema era pertinente,


fazia sentido e, surpresa das surpresas, foi levantado por uma distinta deputada socialista [Maria João Rodrigues], do partido de Costa. Mas ainda que Juncker tivesse alguma razão, visou os


seis deputados, não apenas um. Ouçam a gravação e verão. Verão como Costa, na veste de primeiro-ministro, manipulou e abusou. E isso, dr. Costa, por muito que lhe custe, não lhe admito”,


escreve o eurodeputado do PSD. Rangel lembra ainda os seus argumentos durante o tal debate em Bruxelas, que começou, escreve, com a deputada socialista Maria João Rodrigues a “aludir à


situação portuguesa e ao Governo português, invocando expressamente a inserção do Semestre Europeu na agenda daquele conselho” e enfatizando que “o Governo português era fortemente


europeísta”. Continua Rangel: “Quando chegou a minha vez de falar, tive naturalmente de a contraditar para dizer que não pondo em causa a convicção dos socialistas portugueses, não


poderíamos esquecer que o Governo português era apoiado por duas forças de esquerda radical. E que uma delas era claramente antieuropeia – o PCP – e já o tinha demonstrado nesse mesmo


debate, na intervenção de João Ferreira (em que, heresia das heresias, falou de Portugal). E que a outra – o BE – tinha conceções económicas incompatíveis com a economia social de mercado


que está na base da União Europeia tal como a conhecemos”, escreve. “E terminei com a terrível tirada parlamentar: ‘Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és’. Foi este o grave crime de


lesa-pátria que o tal Paulo Rangel cometeu. Foi isto e só isto”, clarifica Paulo Rangel no seu artigo  de opinião, onde acusa António Costa de ter dificuldade em “lidar com a critica e a


opinião alheia. Nada de novo no mundo claustrofóbico de algumas correntes socialistas”. O eurodeputado social-democrata deixa um aviso: “não tolero , não admito e não recebo nem lições nem


remoques de António Costa”. E uma garantia: “por muito que isto lhe custe, não me intimida nem me calará”.