Argelina khelif, ouro no boxe, apresenta denúncia em paris por assédio virtual

Argelina khelif, ouro no boxe, apresenta denúncia em paris por assédio virtual


Play all audios:


A campeã olímpica de boxe argelina, Imane Khelif, apresentou uma queixa na sexta-feira (9) em Paris por assédio virtual, depois de ter sido vítima de uma polêmica sobre o seu gênero,


anunciou o seu advogado Nabil Boudi num comunicado neste sábado (10). “A boxeadora Imane Khelif, que acaba de conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, decidiu travar


uma nova luta: a da justiça, da dignidade e da honra”, escreveu Nabil Boudi. O advogado indicou que na sexta-feira “apresentou uma queixa por atos de cyberbullying agravado” junto à área de


combate ao ódio online do Ministério Público de Paris. “A investigação criminal determinará quem esteve à frente desta campanha misógina, racista e sexista, mas também deve se concentrar


naqueles que alimentaram este linchamento digital”, acrescentou. Para o advogado, “o assédio sofrido pela campeã de boxe ficará como a maior mancha destes Jogos Olímpicos”. A boxeadora Imane


Khelif venceu a final do peso meio-médio (até 66 kg), disputada em Roland Garros, na sexta-feira. Depois de competir sem alarde em Tóquio-2020, Khelif se viu envolvida em Paris numa


controvérsia sobre gênero liderada por círculos conservadores, com o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Federação Internacional de Boxe (IBA) em conflito sobre o tema. A polêmica


começou no ano passado, quando Khelif e a boxeadora taiwanesa Lin Yu-Ting, também no centro das atenções pelo mesmo motivo, foram desclassificadas do Mundial feminino. Segundo a FIBA, Imane


Khelif não passou em um exame destinado a estabelecer seu gênero. A Federação se recusou a especificar que tipo de exame havia realizado. O COI defende que a argelina pode participar dos


Jogos Olímpicos na categoria feminina. A polêmica ressurgiu em Paris quando sua adversária no primeiro round, a italiana Angela Carini, abandonou a luta logo no primeiro minuto. Nas redes


sociais, a boxeadora foi vítima de uma campanha de ódio e desinformação, que a apresentava como “um homem que luta contra mulheres”. “Sou uma mulher forte com poderes especiais. Do ringue,


enviei uma mensagem para aqueles que estavam contra mim”, declarou Imane Khelif à imprensa na sexta-feira após conquistar o ouro. “Sou totalmente elegível para participar, sou uma mulher


como as demais. Nasci mulher, vivi como mulher e competi como mulher”, insistiu a boxeadora.