PGR diz que Bolsonaro não deve ser investigado por suposta interferência em investigação

PGR diz que Bolsonaro não deve ser investigado por suposta interferência em investigação


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BRASÍLIA (Reuters) – A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o presidente Jair Bolsonaro não deve ser investigado por


supostamente ter tentado interferir nas investigações conduzidas pela Polícia Federal sobre suspeitas de corrupção no Ministério da Educação.


A manifestação da PGR foi encaminhada à ministra Cármen Lúcia, do STF, no âmbito de um pedido de abertura de inquérito contra o presidente pelos supostos crimes de violação de sigilo


processual e obstrução de Justiça apresentado por parlamentares da oposição.


Segundo a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, a representação criminal apenas narra o teor de uma matéria jornalista que “faz menção a suposto vazamento de operação policial


que culminou com a prisão do ex-ministro da Educação e de outros investigados e ao resultado parcial de investigação em primeira instância que teria sido declinada à Corte Superior”.


Para Lindôra, não há informações que justificariam a apuração. “Portanto, a cognição ministerial deve ser formada a partir do exame dos elementos de informação já documentados no referido


procedimento investigativo, sem necessidade de instauração de novas Petições sobre a mesma situação”, destacou.


Agora, caberá a Cármen Lúcia decidir se vai determinar a abertura de inquérito ou arquivar os pedidos na linha da manifestação da PGR. Se for essa segunda opção, as apurações devem continuar


na primeira instância.


O caso do MEC ganhou impulso após as investigações terem sido remetidas para o Supremo a pedido do Ministério Público Federal (MPF) para apurar suposta interferência de Bolsonaro no


inquérito que investiga o ex-titular da Educação Milton Ribeiro.


O ex-ministro chegou a ser preso preventivamente em operação da Polícia Federal no mês passado, mas foi solto no dia seguinte por um desembargador do Tribunal Regional Federal da Primeira


Região (TRF-1).


Um áudio vazado de conversa de Ribeiro com a filha apontou “indício de vazamento da operação policial e possível interferência ilícita” por Bolsonaro nas apurações, de acordo com o pedido do


MPF.