Autoridades lamentam morte do fotógrafo Sebastião Salgado

Autoridades lamentam morte do fotógrafo Sebastião Salgado


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Autoridades lamentaram a morte, nesta sexta-feira, 23, de Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos documentais da história. Aos 81 anos, o artista brasileiro, que vivia em Paris, faleceu


deixando um legado visual e humanitário que atravessa continentes, denunciando desigualdades e exaltando a dignidade de povos invisibilizados. Salgado sofria de problemas de saúde crônicos


relacionados à malária, doença que contraiu nos anos 1990.


O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, classificou a morte de Salgado como uma "imensa perda para a humanidade". Barroso relembrou a recente conversa telefônica que teve com o


fotógrafo, motivada por uma preocupação ambiental. O ministro enfatizou o compromisso de Salgado com causas humanitárias e ambientais:


O presidente do STF também compartilhou um episódio pessoal: no gabinete da presidência, há duas grandes fotografias de Salgado da Amazônia. Uma delas, com dois indígenas nus em uma canoa,


aparecia em todas as fotos oficiais tiradas no local. "Tive que pedir para trocar, mas a imagem continua lá, porque ele é tão querido e admirado que está presente em toda a sede do Supremo",


contou.


A ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, expressou a perda em tom poético.


O STJ também lamentou profundamente o falecimento do fotógrafo. 


Em abril de 2023, Sebastião Salgado esteve no STJ para inaugurar a exposição Povos Indígenas: Natureza e Justiça, composta por 20 fotografias que mostram as lutas e os dilemas dos povos


originários que habitam a Amazônia. Em um gesto de profunda gentileza, Salgado decidiu doar ao STJ as obras, que hoje estão expostas em diversos espaços da Corte. 


O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, também se pronunciou sobre a perda do fotógrafo, exaltando seu compromisso com a justiça social e sua sensibilidade artística:


A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou que o olhar poético do fotógrafo.


Fernando Haddad, ministro da Fazenda, também se manifestou. 


Sebastião Ribeiro Salgado Júnior (1944-2025) foi um fotógrafo brasileiro de renome internacional, conhecido por suas imagens em preto e branco que documentam temas sociais e ambientais.


Nascido em Aimorés/MG, formou-se em Economia pela UFES, com mestrado na USP, e exilou-se na França durante a ditadura militar, onde concluiu doutorado na Université de Paris.


Iniciou sua carreira fotográfica nos anos 1970, após uma viagem à África, abandonando a economia ao perceber o poder transformador da imagem. Em 1981, ganhou projeção mundial ao registrar o


atentado contra o presidente dos EUA, Ronald Reagan.


Entre seus projetos mais emblemáticos estão Trabalhadores (1993), Êxodos (2000), Gênesis (2013) e Amazônia (2021). Em 1998, fundou com sua esposa, Lélia Wanick Salgado, o Instituto Terra,


dedicado à recuperação ambiental no Vale do Rio Doce. Apóso falecimento, o instituto publicou nota exaltando o trabalho de Salgado.


O fotógrafo recebeu diversos prêmios internacionais, como o Príncipe de Astúrias das Artes. Em 2014, teve sua vida retratada no documentário O Sal da Terra, indicado ao Oscar. Seu legado é


um tributo à dignidade humana e à defesa do planeta.