
'pretextos' de helder macedo distinguido com grande prémio da crónica
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"Nos textos agora reunidos em volume, Helder Macedo parece querer brincar com o género e com seu o leitor. O 'khronos' aqui é outro, não já o do instante, mas o da duração,
porque 'Pretextos' não são senão pretextos para ir mais além do que o que é dito, no momento volátil da escrita, numa teia de relações e de sentidos, porque há um eco que o que se
lê difunde, ficando em nós, porque à originalidade e acutilância dos pontos de vista se junta o apelo velado à reflexão, à pausa de quem atenta e pensa", fundamentou o júri, na ata
divulgada através de comunicado. A justificação do júri -- composto por Carlos Albino Guerreiro, Cristina Robalo Cordeiro e Francisco Duarte Mangas - prossegue: 'Pretextos' "é
um excelente exemplo de como o espetáculo do mundo precisa sobretudo, para chegar a nós e nos tocar, de um cronista exemplar". O Grande Prémio da Crónica e Dispersos Literários tem o
valor de 15 mil euros e vai ser entregue no dia 29 de maio. 'Pretextos' foi editado pela Caminho em fevereiro do ano passado e é descrito pelo autor como sendo composto por uma
maioria de "pretextos para falar de escritores e de pintores, celebrar amigos vivos e mortos (pois é, ultimamente temos morrido muito), partilhar interesses: literatura, teatro, ópera,
política, futebol e, como noutros tempos se dizia nos anúncios do circo no Coliseu dos Recreios, o mais que adiante se verá". Professor universitário e escritor, Helder Macedo nasceu em
1935, na África do Sul, e cresceu em Moçambique antes de se mudar para Lisboa. Perseguido pela polícia política PIDE durante o Estado Novo, exilou-se em Londres, onde se doutorou no
King's College, instituição que o acolheu como professor durante décadas. Foi diretor-geral das Artes do Espetáculo e secretário de Estado da Cultura. Leia Também: Rui Veloso dá
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