
Miranda sarmento confia no crescimento acima dos 2% (e o excedente? )
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"[A estimativa de 2,4%] Não está descartada, mas é mais exigente. Em todo o caso, os números que temos apontam para crescimento acima de 2% com toda a incerteza que existe, recessão nos
EUA, tarifas muito elevadas, ou seja, vários fatores de incerteza", sublinhou Miranda Sarmento, na "Grande Entrevista", na RTP3, conduzida pelo jornalista Vítor Gonçalves. O
governante, que não se comprometeu com um número em concreto, referiu que a Comissão Europeia reviu em baixa crescimento de todos os países, por não saber o efeito da incerteza internacional
e efeito das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos. A Comissão Europeia estimou que Portugal irá conseguir um excedente orçamental de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, que se
transformará num défice de 0,6% em 2026, segundo as previsões económicas de primavera divulgadas na segunda-feira. Estas projeções representam uma revisão em baixa face às previsões de
novembro, quando Bruxelas perspetivava um excedente de 0,4% este ano, e são também mais pessimistas do que as estimativas inscritas no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025). Ao mesmo tempo,
o executivo comunitário reviu em baixa as previsões para o crescimento da economia portuguesa este ano, para 1,8%, mas está agora confiante de que o Produto Interno Bruto (PIB) vai crescer
2,2% em 2026. Para Miranda Sarmento, entre a "recuperação do consumo, números positivos do turismo, o acelerar do investimento privado com grandes projetos aprovados nos últimos tempos
e o acelerar do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] há condições para economia crescer acima de 2%" em 2025. Sobre o excedente orçamental, o ministro das Finanças destacou que o
Governo continua a prever um superávit para 2025 e 2026, destacando que para 2026 "é mais exigente". "Temos para 2026, por um lado, incerteza ponto de vista internacional e um
exercício orçamental mais exigente, sempre disse isso, devido ao efeito pontual de 3 mil milhões de euros de empréstimos do PRR", apontou, lembrando que é despesa sem receitas.
Questionado sobre o aumento da despesa de Portugal em Defesa, Miranda Sarmento frisou que irá decorrer uma cimeira da NATO, em junho, onde serão tomadas decisões, apontando para o atual
compromisso de Portugal, de atingir 2% do PIB em 2029. Na semana passada, o secretário-geral da NATO estimou que todos os Estados-membros podem estar a gastar 2% do seu PIB em defesa antes
da próxima cimeira de líderes, acrescentando que "aguardava ansiosamente" o desfecho das eleições legislativas em Portugal. "É possível que tenha que ser antecipado, há
naturalmente uma pressão e procuraremos acomodar isso nas margens orçamentais", admitiu o ministro das Finanças português, durante a entrevista. "É importante que se perceba por um
lado a despesa com defesa pode ter um efeito na economia para ajudar a reindustrialização de Portugal e Europa. Portugal pode ter papel em algumas áreas, industria naval ou aérea. Se
apostarmos podemos ter efeitos na nossa economia", acrescentou. Colocando de parte os 5% do PIB em defesa, por considerar "incomportável para qualquer país europeu à exceção da
Polónia", que já está perto desse valor, Miranda Sarmento frisou que a situação internacional "coloca maior exigência", mas defendeu que qualquer meta "não pode colocar
em causa o estado social". Leia Também: Miranda Sarmento contra maior representação espanhola na banca portuguesa