
Iémen. Mais de 100 organizações pedem ação para evitar catástrofe
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Numa declaração conjunta, várias agências das Nações Unidas e organizações não-governamentais (ONG) locais e internacionais apelaram a que seja adotada uma ação imediata na quarta-feira,
durante a VII reunião de líderes humanitários (SOM VII, na sigla em inglês), que irá decorrer em Bruxelas. "A população iemenita enfrenta, em 2025, o seu ano mais difícil até à data,
com as necessidades a crescer e a ajuda internacional a diminuir devido aos severos cortes de financiamento", afirmaram as organizações, no comunicado. A população iemenita enfrenta uma
série de fatores que dificultam a ajuda humanitária, incluindo mais de 10 anos de um conflito armado que já provocou centenas de vítimas civis e danificou infraestruturas críticas, lembram
as entidades. Além disso, o Iémen também vive um colapso económico e condições meteorológicas extremas, que estão a agravar as dificuldades de milhões de pessoas. "Mais de cinco meses
depois do início deste ano, o Plano de Resposta e Necessidades Humanitárias do Iémen recebeu menos de 10% dos fundos pedidos, limitando severamente a prestação de ajuda vital",
alertaram as organizações. As agências da ONU e as ONG internacionais e locais referiram que, apesar de enfrentarem insegurança, restrições de acesso e detenções de trabalhadores
humanitários, continuam a prestar assistência essencial em matéria de proteção, educação, abrigo e água potável. Por outro lado, destacaram "o papel fundamental" das ONG locais e
da sociedade civil, que "atuam como os primeiros e, muitas vezes, os únicos socorristas em áreas remotas, conquistando a confiança das comunidades em vários anos de trabalho".
Perante esta situação, as organizações signatárias instaram a que a reunião da SOM VII seja utilizada para aumentar a ajuda ao desenvolvimento, garantir o acesso a serviços essenciais e
gerar oportunidades económicas. As ONG pediram ainda que se torne possível um aumento significativo dos esforços para travar o conflito armado e proteger os civis, em conformidade com o
direito internacional humanitário. "Agora, mais do que nunca, é crucial um apoio rápido e decisivo para evitar que o Iémen mergulhe ainda mais na crise e para que consiga caminhar para
uma paz duradoura", concluíram as organizações. O Iémen tornou-se palco de uma guerra em finais de 2014 entre os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, e as forças do Presidente Abd Rabbo
Mansur Hadi, que em março de 2015 seria apoiado por uma coligação militar internacional árabe, liderada pela Arábia Saudita. Em dezembro de 2023, os rebeldes e o governo do Iémen
comprometeram-se a respeitar um novo cessar-fogo e aceitaram a abertura de um processo de paz para pôr fim ao conflito. A guerra civil fez centenas de milhares de mortos e causou uma das
mais graves crises humanitárias do mundo. Pelo menos 19,5 milhões de pessoas necessitavam de ajuda humanitária no início deste ano, segundo referiu, em janeiro passado, a ONU, que na ocasião
manifestou especial preocupação com a situação das crianças subnutridas. Leia Também: Huthis ameaçam atacar navios em trânsito para porto israelita de Haifa