Nenhum camião da oms com ajuda humanitária

Nenhum camião da oms com ajuda humanitária "entrou em gaza até agora"


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"Dois camiões [com ajuda de outros atores humanitários] puderam entrar na terça-feira e três outros tiveram o acesso negado, mas nenhum da OMS pôde entrar em Gaza até agora", disse


o diretor de Emergências Humanitárias da organização, Mike Ryan, num debate sobre a situação sanitária nos Territórios Palestinianos. Também presente no mesmo debate, a delegação de Israel,


que impôs um bloqueio humanitário ao enclave palestiniano no início de março, argumentou que o grupo extremista Hamas (que controla o território desde 2007) utilizou a ajuda humanitária que


entrou anteriormente em Gaza para lucrar com a sua venda e "prolongar a guerra". A população da Faixa de Gaza aguardava hoje desesperadamente a distribuição de ajuda humanitária,


à medida que aumenta a pressão internacional sobre Israel, acusado de só permitir a entrada no território palestiniano de uma ínfima parte do apoio necessário. O relato foi feito pela


agência de notícias France-Presse (AFP) que recolheu testemunhos, via telefone, de habitantes do enclave palestiniano, cenário de uma guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas desde


outubro de 2023. "A situação é insuportável. Não chegou nenhuma ajuda e ninguém nos distribui nada", disse à AFP Oum Talal al-Masri, 53 anos, por telefone, a partir de um bairro da


cidade de Gaza. "Mal conseguimos preparar uma refeição por dia. A ajuda não é um luxo - precisamos urgente e desesperadamente de tudo: alimentos, medicamentos, água potável e produtos


de higiene", acrescentou. Após mais de dois meses e meio de bloqueio total imposto à Faixa de Gaza, Israel anunciou que tinha autorizado a passagem de uma centena de camiões da ONU na


segunda e terça-feira. A autorização por parte de Israel de uma ajuda limitada a Gaza na segunda-feira foi descrita pela ONU como "uma gota no oceano" e 22 países exigiram a retoma


"imediata da ajuda total". O Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (OCHA) queixa-se de que as condições impostas por Israel estão a dificultar a entrega da


ajuda aos seus destinatários finais, depois de ter entrado em Gaza. "De momento, a ajuda não passa de palavras", lamentou ainda Oum Talal al-Masri, à medida que Telavive


intensifica a sua ofensiva militar no território. JSD // SCA Lusa/Fim