Pr cabo-verdiano destaca progressos pós-independência

Pr cabo-verdiano destaca progressos pós-independência


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Em visita ao bairro da Cova da Moura, concelho da Amadora, José Maria Neves disse, em declarações à Lusa, que Cabo Verde "deu um grande salto nestes 50 anos de independências", que


se assinalam em 05 de julho, mas que há ainda "muito caminho pela frente", que deve ser percorrido "num passo acelerado". "Nós viabilizámos Cabo Verde, que era um


país improvável e hoje Cabo Verde mostra que o desenvolvimento é possível", disse quando visitava a associação Moinho da Juventude. "Agora, 50 anos depois, celebrando os ganhos, é


preciso projetar o futuro e (...) conseguir eficiência na execução de tudo o que decidimos fazer e ter eficácia nos resultados", acrescentou o chefe de Estado. José Maria Neves quer a


construção, nos próximos anos, de "um país moderno, próspero, justo, mas sobretudo uma nação de oportunidades e com melhores salários, com melhores rendimentos, menos pobreza e menos


desigualdades". "Um país de oportunidades, aproveitando as riquezas que têm, como o sol, o mar, o vento, as cabo-verdianas e os cabo-verdianos e a sua cultura maravilhosa",


assim como a localização geoestratégica e o facto de serem um arquipélago, destacou.  "São tudo riquezas importantes que devemos trabalhar para a firmação de Cabo Verde no futuro",


reiterou. Sobre a visita a Portugal, referiu que se insere numa conjuntura em que pretendem constatar as diferentes dificuldades e problemas que afetam a diáspora, tendo destacado algumas


nos setores da saúde, habitação e educação. Relativamente ao setor da saúde, assegurou que está a discutir com os hospitais e as autoridades locais possíveis soluções para cabo-verdianos que


precisam de ser medicamente seguidos em Portugal, "porque há listas de espera e as pessoas esperam muito tempo, por vezes, para virem realizar os seus exames e tratamentos".


Quanto à habitação, referiu a falta de alojamentos por exemplo para estudantes que decidem prosseguir os seus estudos em Portugal, mas também os das bolsas de estudo e respetivos pagamentos


de propinas. O chefe de Estado cabo-verdiano assegurou que as autoridades do seu país estão a discutir "com as universidades e com os hospitais", concretamente, medidas para se


"garantir a melhor inserção das pessoas".  Relativamente à crescente saída de jovens quadros do país, disse acreditar que se forem criadas oportunidades estarão também a fixar os


jovens na nação africana. Sobre a comunidade cabo-verdiana no concelho da Amadora, na sua opinião, está "integrada e não há muitos problemas (...) a ganhar mais poder, mais capacidade


de influência" e está a organizar-se para "garantir uma maior inserção social". Existe, contudo, ainda um problema da estigmatização e consequente discriminação, e bairros,


nomeadamente como o da Cova da Moura, têm de trabalhar para ter mais poder e capacidade de influência para que sejam resolvidos os problemas existentes. O chefe de Estado quis deixar uma


mensagem de esperança dizendo que quer conectar "as ilhas e a diáspora", o que não significa "necessariamente as pessoas regressarem a Cabo Verde, mas estarem presentes em


Cabo Verde a partir do país de acolhimento onde estiverem". O Presidente cabo-verdiano deslocou-se a Portugal para a terceira presidência na diáspora, de 01 a 06 de junho, para se


encontrar com empresários, associações e estudantes para reforçar laços, discutir educação, saúde e mobilidade, depois de ter estado nos Estados Unidos da América e em São Tomé e Príncipe.


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