"Estou-me nas tintas se o Tribunal Constitucional nos dá credibilidade"

Play all audios:


O líder da oposição, André Ventura, defendeu, esta quarta-feira, que é precisa uma Constituição que proteja a Justiça, que haja separação de poderes e defendeu que esta área tem de ser


escrutinada "democraticamente" mas também "ter a capacidade" de quando age "não pensar" nos partidos. "Isso é uma mudança de regime", atirou.


Na Grande Entrevista, programa emitido pela RTP3, Ventura afirmou que a justiça portuguesa é "passível de ser atacada por poderes políticos de má-fé", e 'chamou' o antigo primeiro-ministro


José Sócrates como exemplo.


"Já vimos isso quando foi José Sócrates e com o Procurador-Geral da República. O caso Casa Pia é evidente disso, quando ouvimos escutas de António Costa a falar com [Eduardo] Ferro Rodrigues


a dizer que se vai encontrar amanhã com o tal do Ministério Público, ou com o juiz tal. É a podridão absoluta do regime", considerou.


Ainda com este exemplo, Ventura afirmou que esse é um caso em que não se vê a interferência em si, mas sim a "tentativa de políticos que sabem que é fácil ou passível de interferir no curso


da justiça."


Posso ser primeiro-ministro, Presidente da República, o que for: a mama tem de acabar em Portugal e bandidos têm de ir para a prisão. Serei exatamente igual


Para além da mudança de regime almejada pelo líder do Chega, foi também abordada a nova posição de Ventura como líder da oposição. Questionado sobre a situação, disse que iria exercer "com


responsabilidade, mas sem perder o ADN [do Chega]."


"Há um estilo de oposição que é diferente. Não vou seguir estratégias à Pedro Nuno Santos, que é: era uma coisa, torna-se outro. Esta é pessoa em quem votaram para ser líder da oposição",


garantiu.


Sendo depois confrontando sobre se seria mais moderado, falou sobre o seu discurso e posição sobre os subsídios dados pelo Estado, um tema sobre o qual tem falado desde que o Chega surgiu.


"Disse [hoje] que tinha de acabar a mama e que os bandidos tinham de ir para a prisão, o que tenho dito a vida toda. E vou continuar a dizer. Posso ser primeiro-ministro, Presidente da


República, o que for: a mama tem de acabar em Portugal e bandidos têm de ir para a prisão. Serei exatamente igual", respondeu.


Só me interessa a credibilidade de uma entidade: o povo português


André Ventura falou ainda acerca do resultado nas eleições legislativas, lembrando que o partido terminou com o bipartidarismo e defendeu que "o Chega não precisa que as instituições do


regime lhe credibilizem, o Chega ganha credibilidade do povo português."


"Com todo o respeito, estou-me nas tintas se a RTP [e outros meios de comunicação], se a Provedoria de Justiça, se o Tribunal Constitucional nos dão ou não credibilidade. Só me interessa a


credibilidade de uma entidade: o povo português", afirmou, quando questionado sobre a credibilidade.


André Ventura falou ainda acerca da eleições dos órgão da Assembleia da República, que aconteceu na quarta-feira e ficou marcada pela 'falha' de dois deputados do Chega na eleição.


Ventura falou em "traição", e o Partido Social Democrata questionou "de onde", garantindo que não houve incumprimento de qualquer acordo, e sugerindo que foi devido aos votos bancada do


Chega que os deputados em causa não foram eleitos, sendo um destes Diogo Pacheco de Amorim, ex-vice-presidente da Assembleia da República na legislatura anterior.


À primeira curva do momento o PSD trai o Chega e chumba os seus candidatos. A matemática não engana


Era precisa responsabilidade e o Chega respondeu à chamada positivamente", garantiu, dizendo que o partido que lidera contribuiu para a eleição de José-Pedro Aguiar-Branco, naquela que foi a


segunda maior votação da História do Parlamento. "À primeira curva do momento o PSD trai o Chega e chumba os seus candidatos. A matemática não engana", acusou novamente.


Pacheco de Amorim, recorde-se, admitiu em entrevista ao Observador, já esta quarta-feira, que deputados do Chega podem ter travado a sua eleição. Confrontando com a situação, Ventura


retorquiu: "Mesmo que - e foi isto que Pacheco de Amorim quis dizer - um, dois ou três elementos do Chega não tivessem estado de acordo com a escolha, a matemática não engana. PS disse que


deu indicação para se votar a favor dos nossos candidatos, PSD também disse que deu essa indicação. 89 ou 91 mais 58 não dá 113, nem 115. Significa que PS ou PSD nos traíram à primeira


oportunidade". 


Admitindo que, no entanto, os partidos podem não ter escolhido os nomes em questão dos três apresentados pelo Chega, Ventura lembrou que os únicos que tiveram 'luz vermelha' foram do Chega.


Sobre a reunião com o grupo parlamentar do Chega, que aconteceu hoje, Ventura disse que estava "a ponderar" sobre os nomes que irá apresentar novamente e disse que estava à espera que tanto


PSD como PS viessem "dar explicação para esta traição, ou não vou deixar ver como traição."


Leia Também: Presidente da AR reeleito, mas 'vices' causam discórdia: "Traição"


AO MINUTO: Pouco muda no elenco do Governo (mas há novidades). As reações


Agora que Seguro confirmou... Eis o perfil dos candidatos presidenciais


Hugo Soares atira a Gouveia e Melo: Tem "lacunas colossais" de pensamento


PSD "espantado" por Ventura anunciar buscas na Câmara de Bragança


"Mais do mesmo, mas em pior"? O que diz a oposição sobre o novo Executivo


"Quero inspirar potencial". Mariana Leitão candidata-se à liderança da IL


Ex-líder do CDS diz que Gouveia e Melo "pode mudar sistema sem destruir"


Seguro como adversário em Belém? "É positivo, que traga novas ideias"


Ventura sugere que Pedro Pinto continue como líder parlamentar


Saúde? "Compreendo a decisão do primeiro-ministro de manter ministra"


"Errado". Ventura critica recondução das ministras da Justiça e Saúde


PAN critica escolhas de Montenegro e JPP ataca PCP por moção de rejeição


Novo Governo "traz pouco de novo" e o que "traz gera apreensão ao PS"


"Estou-me nas tintas se o Tribunal Constitucional nos dá credibilidade"


PSD salienta equipa que "dá confiança" e prioridade à reforma do Estado


Aguiar-Branco espera que não se repita falha na eleição de 'vice' na AR


PCP acusa executivo de mobilizar recursos públicos para a guerra


Governo completo! Os 43 novos secretários de Estado já tomaram posse


Candidatura de Seguro? "É bem-vinda" e "todos estão à minha altura"


Conselho de Ministros reúne-se esta 6.ª-feira às 15h (e tira nova foto)


Manuel Monteiro desafia PSD e CDS a aproveitarem para rever Constituição


Secretários de Estado tomam hoje posse: Caras novas, saídas e quem é quem


"Livre", Seguro quer retribuir em Belém. PS? "Todo o tempo para decidir"


"Abreu Amorim tem todas as condições para ser melhor ministro do que fui"


Seja sempre o primeiro a saber. Descarregue a nossa App gratuita