Tropa de davi alcolumbre quis abater marina

Tropa de davi alcolumbre quis abater marina

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Exclusivo para assinantes ATAQUES FORAM TÃO VIOLENTOS QUE CHOCARAM O PAÍS, FORTALECERAM A IMAGEM DA MINISTRA E PRATICAMENTE OBRIGARAM LULA A ENDOSSÁ-LA Havia um intuito claro na arapuca


armada para Marina Silva na Comissão de Infraestrutura do Senado ontem: abatê-la, tirá-la do caminho. O ataque coordenado de senadores da Região Norte, entre eles um da base aliada, não


deixa dúvida sobre de onde parte a investida contra a ministra. Ela é vista hoje pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), como entrave a seus projetos para a região, a começar pela


extração de petróleo na Margem Equatorial. * LEIA TAMBÉM: E se a boiada passar mais fácil com Lula? * MINISTRO ENTREGA DE BANDEJA NOVA OPORTUNIDADE DE SER CHAMADO DE 'TAXAD':


Haddad e Janja decidem ajudar a oposição A ausência vexaminosa dos principais líderes governistas na defesa de Marina também deixa explícito quanto o governo é hoje dependente de Alcolumbre,


como foi até pouco tempo atrás de Arthur Lira. A forma como o ex-presidente da Câmara cobrava suas faturas parece quase espartana perto da sem-cerimônia com que o chefe do Senado vai ao


pote. Marina fez o que pôde para se impor diante da brutalidade de Omar Aziz, Plínio Valério e Marcos Rogério. Os dois primeiros são senadores pelo Amazonas e o terceiro por Rondônia. A


região amazônica é dominada politicamente pela agenda da direita, e mesmo alguém tido como aliado de Lula, Aziz, entoa a cantilena de que a preservação ambiental tolhe o desenvolvimento da


região — considerada condição sine qua non para buscar votos por lá hoje em dia. MAIS SOBRE MARINA SILVA _ _ PLATAFORMA TRAÇA O MAPA DA RENDA NA FLORESTA AMAZÔNICA CONTRA DESMATAMENTO APÓS


SER ALVO DE ATAQUES, MARINA CONTINUA SEM RESPALDO DO PLANALTO E TENTA SOZINHA NEGOCIAR COM PARLAMENTARES Alcolumbre fingia que não ouvia as manifestações da tribuna do Senado depois do show


de horrores da audiência. Mas, numa Casa em que o presidente controla tudo, a tocaia premeditada não teria ocorrido sem que ele, no mínimo, tivesse conhecimento do clima que aguardava a


ministra. Como se sabe que esse grupo tem conseguido avançar em todas as frentes em que colocou carga, da autorização para o início dos testes na Foz do Amazonas ao projeto que flexibiliza


as regras de licenciamento ambiental, só resta concluir que tanta ferocidade em relação a Marina tinha por objetivo forçar sua saída do governo, mostrando seu isolamento. * VEJA MAIS:


Michelle x Janja é especulação machista * LEIA TAMBÉM: Um 'déjà-vu' com Marina? A reação altiva da ministra frustrou o plano e levou à reversão rápida da maré da opinião pública a


seu favor. Serviu para chamar a atenção para o desmonte que o Senado aprovou na legislação de controle ambiental e, talvez, ajude a segurar o projeto na Câmara, algo que parecia pouco


provável. Se isso acontecer, Marina terá, de novo, segurado o touro a unha. Ela tem sido muito diplomática ao sempre rechaçar a ideia de que esteja isolada dentro do governo ou de que seja


usada por Lula e pelo governo como uma espécie de “selo verde”, principalmente nos palcos internacionais, enquanto toda a ação palaciana vai, na verdade, no sentido do desenvolvimentismo


imediatista que rende votos e apoio de caciques como Alcolumbre. * PRESIDENTE DA CÂMARA FAZ LEVE DESABAFO EM NY APÓS DESENTENDIMENTOS COM O STF: Motta pede fim de 'pautas tóxicas'


* ENTENDA: Fim da reeleição reduz exercício do voto Marina também já se mostra disposta a ceder à pressão para liberar os estudos na Margem Equatorial, como tem deixado claro nas entrevistas


em que admite a prospecção em blocos de petróleo na região. Só não aceitará que a boiada passe sem o mínimo de estudos técnicos que mitiguem os impactos ambientais e humanos que certamente


advirão de uma operação tão complexa. Também tem martelado dados mostrando que as medidas de proteção aos biomas e controle ambiental têm levado à ampliação de mercados para a agropecuária


brasileira e viabilizado projetos estruturantes, como a transposição do Rio São Francisco. E que, portanto, ela não é entrave ao desenvolvimento, mas aliada do seu caráter sustentável. MAIS


SOBRE DAVI ALCOLUMBRE _ _ LOBBY, TRAIÇÃO, DESCONFIANÇA E INTRIGA POLÍTICA: OS BASTIDORES DA DISPUTA ACIRRADA POR VAGA NO STJ APÓS SER ALVO DE ATAQUES, MARINA CONTINUA SEM RESPALDO DO


PLANALTO E TENTA SOZINHA NEGOCIAR COM PARLAMENTARES Os senadores que a acossaram na audiência desta terça-feira viram as vitórias recentes como uma chance de varrê-la do mapa e atalhar os


caminhos, em pleno ano de COP no Brasil. Erraram na dose, chocaram o país, fortaleceram a imagem de Marina e praticamente obrigaram Lula a endossá-la, como fez ao telefonar para ela e cobrar


seus auxiliares pela maneira como foi deixada à própria sorte na cova dos leões de Davi.