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A vida em MOTORHOMES tem se tornado uma escolha de vida para muitos brasileiros. Deixar para trás o modelo tradicional de moradia para viver sobre rodas é, para alguns, sinônimo de liberdade

e propósito. Esse é o caso de Alessandro de Franceschi e Maria Eduarda Cardoso, Ale e Duda, que trocaram os escritórios de advocacia por uma rotina itinerante documentada para mais de 450

MIL SEGUIDORES nas redes sociais. É + que streaming. É arte, cultura e história. + filmes, séries e documentários + reportagens interativas + colunistas exclusivos Assine agora “Mais do que

querer morar num motorhome, a gente queria viajar”, conta Ale. Em 2020, o casal embarcou para o Alasca e transformou um veículo em sua casa. “Desde então a gente não tem 'casa', a

não ser o motorhome”, completa. MOTORHOME: UM NOVO ESTILO DE VIDA A adaptação ao novo estilo de vida exigiu mudanças radicais. “A gente morava em um apartamento e teve que vender muita

coisa, porque estava mudando para sete metros quadrados”, conta Duda. Para eles, os benefícios logo superaram o desafio do desapego: “Tem liberdade e flexibilidade. Chegamos em um lugar? Se

gostamos, ficamos. Se não gostamos, partimos”. Entre os principais aprendizados, estão a consciência ecológica e a autossuficiência. “Você fica consciente sobre consumo: água é limitada,

energia elétrica é limitada. Os seus resíduos vão para uma caixa que fica no carro, então você tem que fazer a gestão disso. Com o motorhome, tudo é mais simples. Nosso estilo de vida

mudou”, reflete Duda. Após 56 anos viajando, idosa de 79 anos conhece todos os países do mundo; VEJA A rotina do casal envolve estratégias para manter a autonomia. “Hoje a nossa energia vem

basicamente de painéis solares e do alternador do carro. A água a gente abastece em postos, campings ou locais públicos”, diz Ale. VIDA SOBRE RODAS TAMBÉM TEM SEUS DESAFIOS A vida em

movimento traz liberdade, mas também exige ATENÇÃO À SEGURANÇA. “Em cinco anos de estrada foram raríssimas as situações. Mas no México, por exemplo, já tivemos que sair com o carro em

movimento porque havia gente tentando arrombá-lo com um pedaço de pau”, lembra Ale. Para evitar situações de risco, o casal conta com aplicativos colaborativos para escolher onde dormir. “As

pessoas postam lá: ‘dormi uma noite aqui, foi seguro’ ou ‘dormi aqui e arrombaram o meu carro’”, diz Duda. A convivência em um espaço de apenas SETE METROS QUADRADOS também impacta a

dinâmica de casal. “Se você briga com a pessoa, não tem outro cômodo para ficar. Você acaba tendo que lidar melhor com os sentimentos, perdoar rápido”, brinca Ale. SAIBA 4 dicas práticas

para decorar espaços pequenos Apesar disso, eles destacam os laços criados durante a estrada. “Viajando, criamos mais conexões do que quando morávamos em São Paulo. Fizemos amizades muito

verdadeiras”, afirma Duda. CRESCIMENTO DO SETOR DE MOTORHOMES NO BRASIL Para Ronald Luis Ferreira Ataulo, gerente comercial da Apolo Trailers & Motorhomes, o setor nunca esteve tão

aquecido. “O BRASIL VIVE O SEU MELHOR MOMENTO NA HISTÓRIA DO CARAVANISMO, com aumento de fabricantes, locadoras, manutenção e novos campings”, explica Ronald Ataulo. Ele explica que a

pandemia de covid-19 impulsionou a tendência. “A referência de países como EUA e países na Europa já influenciava, mas com a pandemia houve um salto. Hoje há produtos para todos os gostos,

desde Kombis adaptadas a modelos que custam milhões de reais.” >> SIGA o canal de ÚLTIMAS NOTÍCIAS O POVO no WhatsApp QUAL É O PREÇO DE UM MOTORHOME? O valor de um MOTORHOME varia

conforme o tipo de veículo e a sofisticação do projeto. Ronald explica que “existem equipamentos que podem começar A PARTIR DE R$ 50 MIL até valores que ultrapassam milhões”. Veículos mais

completos, com acabamento de luxo e sistemas autônomos, ultrapassam R$ 500 MIL. Além da compra, o custo mensal inclui combustível, manutenção, impostos e, em alguns casos, camping. “Você

troca o aluguel pelo combustível”, resume Ale. É PERMITIDO MORAR EM MOTORHOME NO BRASIL? Sim. Segundo Ataulo, a legislação permite a residência em motorhomes desde que o veículo esteja

regularizado. Hoje qualquer pessoa física pode fazer a transformação e REGISTRAR COMO MOTOR-CASA, seguindo o processo no Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e a vistoria no Instituto

Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). QUAL CNH PARA DIRIGIR MOTORHOME? A habilitação necessária depende do peso do veículo. Para motorhomes de ATÉ 6 MIL QUILOS E ATÉ OITO

PASSAGEIROS, a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) TIPO B é suficiente. Modelos mais pesados exigem categorias C, D ou E. “É importante que o motorista possua uma habilitação do tipo B,

mas, se o viajante escolher um automóvel com mais de seis toneladas, é necessário ter categoria C ou D”, explica Ataulo. QUEM É O PÚBLICO QUE MAIS PROCURA? Segundo ele, o público

predominantes ainda são os APOSENTADOS, que trocam a casa de praia por um veículo de recreação. “Mas o público economicamente ativo também começa a ver o motorhome como uma alternativa ao

home office fixo.” Jovens também estão ganhando espaço. “Muitos profissionais ativos conseguem trabalhar de forma remota, o que amplia o perfil de público interessado.” QUAIS OS DESTINOS

MAIS PROCURADOS? O Brasil tem regiões favoráveis ao caravanismo, especialmente o Sul e Sudeste. Para viagens internacionais, destinos como Patagônia, Bariloche e o Deserto do Atacama são os

favoritos de quem tem tempo para longas jornadas. QUAIS OS PRINCIPAIS DESAFIOS? O crescimento rápido da prática também trouxe barreiras. “Muitas cidades estão proibindo pernoites em espaços

públicos por falta de regulamentação e consciência de boas práticas”, afirma Ataulo. [embedded content] SOBRE O ASSUNTO Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente