
Apesar de ruído com iof, dólar recua com ambiente externo favorável
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Apesar do aumento dos ruídos políticos domésticos, com dúvidas crescentes em torno da manutenção das alterações no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o dólar apresentou queda firme
no mercado local nesta quinta-feira, acompanhando a onda de enfraquecimento da moeda americana tanto em relação a divisas fortes quanto emergentes. Os negócios foram guiados pela reação à
decisão de ontem à noite do Tribunal de Comércio dos EUA de suspender a maior parte das tarifas comerciais impostas por Donald Trump. A percepção de que instituições americanas reagem a
possíveis excessos presidenciais é vista como positiva, embora não dissipem as incertezas trazidas pela nova administração. É + que streaming. É arte, cultura e história. + filmes, séries e
documentários + reportagens interativas + colunistas exclusivos Assine agora Além do ambiente externo favorável ao real, operadores afirmam que pode ter ocorrido entrada de capital externo
para renda fixa. O Tesouro vendeu hoje a oferta integral de 3 milhões de NTN-F, papel público que costuma atrair investidores estrangeiros. O volume financeiro somou R$ 2,616 bilhões. Afora
uma alta pequena e pontual no início dos negócios, o dólar à vista operou em baixa no restante do pregão. Com mínima a R$ 5,6431, a moeda fechou em queda de 0,50%, a R$ 5,6670. A divisa sobe
0,35% na semana, mas tem perdas de 0,17% em maio. A desvalorização acumulada no ano é de 8,30%. O economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, afirma que o cenário externo tem
"dominado a precificação" da taxa de câmbio, embora possa haver episódios esporádicos de maior influência do quadro interno, como o observado com na questão do IOF. "O dólar
está apanhando de todas as moedas. Continuamos a ver o movimento de realocação de portfólio, com investidores reavaliando os riscos de investimentos nos Estados Unidos" afirma Lima.
"A decisão do tribunal sobre as tarifas de Trump é positiva ao mostrar que as instituições estão reagindo e que há limitações legais, mas ao mesmo tempo aumenta a insegurança porque não
é definitiva". Na disputa jurídica, a corte de Apelações para o Circuito Federal dos EUA suspendeu, no fim da tarde de hoje, temporariamente decisão judicial anunciada ontem que havia
anulado ordens executivas de Trump sobre tarifas. A medida cautelar vale "até nova ordem", enquanto a própria Corte avalia o pedido formal do governo para suspender os efeitos da
decisão de primeira instância. Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY voltou a cair abaixo da linha dos 100,000 pontos, com mínima
aos 99,217 pontos. No fim da tarde, rondava pouco acima dos 99,300 pontos. A segunda leitura do PIB dos EUA no primeiro trimestre mostrou contração anualizada de 0,2%, menor que a esperada e
que o resultado da primeira leitura (-0,3%). Já os pedidos semanais de auxílio-desemprego vieram acima do esperado. Por aqui, a pauta dominante foi a novela do IOF, que está sob ataque do
setor produtivo e do Congresso. Ontem à noite, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que não há alternativa, "no momento", para o aumento do imposto. No início da tarde, o
presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que "é prudente" dar dez dias para que o governo apresente uma alternativa ao IOF e defendeu que o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre no debate sobre o tema. Mota destacou que, se a proposta não mudar, o Congresso pode sustar a medida com um projeto legislativo, mas ponderou que
busca "construir uma solução" com o governo. "O Poder Legislativo não quer colocar fogo no País", afirmou. Fontes ouvidas pelo Broadcast afirmam que não haverá mudança do
decreto neste momento, mas que está no radar da equipe econômica a possibilidade de manter o aumento da alíquota neste ano e aguardar mais um tempo para que novos mecanismos pudessem ser
aplicados como uma alternativa para 2026. Lima, da Western Asset, observa que o aumento do IOF é ruim e sinaliza que o governo não quer cortar gastos públicos e busca alcançar as metas
fiscais por aumento de carga tributária. "O Congresso reagiu de forma um pouco mais forte, mas a solução para substituir o IOF seria inflar outros impostos. E já em um ambiente de
arrecadação cada vez maior", afirma o economista. Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente TAGS