
Eurocético e liberal disputam eleição apertada na polônia
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Candidatos chegam virtualmente empatados à véspera do segundo turno da votação para presidente. Pleito é vital para atual governo do país e para futuro da relação com a UE.O pró-europeu e
liberal-conservador Rafal Trzaskowski e o conservador de direita e eurocético Karol Nawrocki chegam virtualmente empatados ao segundo turno da eleição presidencial na Polônia neste domingo
(01/04). De acordo com a última pesquisa realizada na quinta-feira pelo instituto Opinia24, Trzaskowski tem uma vantagem mínima, com 47,4%, sobre Nawrocki, com 46,3%, com 3,6% dos
entrevistados ainda indecisos, e 2,7% se recusaram a responder. No primeiro turno da votação, em 18 de maio, Trzaskowski venceu com 31,36% dos votos, à frente de Nawrocki, com 29,54%. O
segundo turno não decidirá apenas quem se mudará em agosto para o palácio presidencial em Varsóvia. O futuro do governo de centro-esquerda do primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, e a
posição da Polônia na Europa também estão em jogo. Uma vitória de Nawrocki provavelmente significaria a continuação da atual política de bloqueio do atual presidente Andrzej Duda, que usou
seu veto para impedir a maioria das reformas, especialmente a restauração do Estado de direito. Também é de se esperar que Nawrocki busque um confronto com Bruxelas. Ele está comprometido
com o slogan "Polônia em primeiro lugar", rejeita a política climática e o pacote migratório da UE e é cético em relação à ajuda à Ucrânia. Na reta final da campanha, o líder dos
conservadores de direita poloneses, o presidente do partido Lei e Justiça (PiS), Jaroslaw Kaczynski, usou a cartada das críticas ácidas contra Alemanha e a EU, estratégia que garantiu alguns
votos adicionais no passado. Suposta perda de soberania Kaczynski acusou Trzaskowski de ser a favor da alteração dos tratados da UE, o que levaria à "perda de soberania" da
Polônia, afirmando durante um comício em Varsóvia nesta quinta-feira que uma expansão das competências da UE seria vantajosa para a Alemanha, acusando o vizinho ocidental de "tendências
imperiais". "Uma tendência imperial nos ameaça principalmente do leste. Na Alemanha, ela é diferente, é realizada com outros métodos, mais brandos, mas basicamente se trata sempre
do mesmo: hegemonia, dominação e degradação dos outros", alertou Kaczynski. Nawrocki também aumentou seu tom em relação ao desafiante liberal, dizendo na quinta-feira em Katowice que
Trzaskowski é um "covarde e fantoche de Tusk" que seria um vassalo das fundações alemãs. Passado duvidoso de Nawrocki Enquanto isso, Trzaskowski questiona com cada vez mais
frequência: "Quem é esse Karol Nawrocki?" Porque quase todos os dias surgem novas revelações sobre o passado dúbio do candidato, denominado pelo próprio Kaczynski como o
"candidato dos cidadãos". O próprio historiador de 42 anos admitiu ter participado de uma briga em massa previamente organizada entre torcidas organizadas de dois clubes de
futebol, chamando-a de "forma nobre de combate". Ele também é suspeito de ter tomado por meios escusos um apartamento social de um homem alcoólatra e sem dinheiro. Recentemente, o
portal online Onet também relatou que durante seus dias de estudante Nawrocki esteve envolvido no fornecimento de prostitutas a hóspedes de hotéis como funcionário de um serviço de segurança
privada no elegante Grand Hotel, no balneário báltico de Zoppot. Os jornalistas basearam sua reportagem nos testemunhos de duas pessoas que concordaram em depor no tribunal, mas que
preferiram permanecer no anonimato por enquanto. PiS defende seu candidato Nawrocki rejeita todas as acusações. E seu campo político também o apoia inabalavelmente. A mídia aponta que ele
não tomou medidas legais contra a Onet durante a campanha eleitoral. Nesses casos, o julgamento geralmente é feito em 24 horas. Em vez disso, ele entrou com uma ação civil. Podem se passar
anos até que se chegue a uma decisão judicial. Kaczynski culpou Tusk e Trzaskowski pelo "ataque desprezível baseado em mentiras" contra seu candidato. Ele minimizou as brigas entre
os hooligans, dizendo que ele e seu irmão gêmeo, Lech, também haviam participado de brigas quando adolescentes e, como resultado, foram parar no pronto-socorro "inúmeras vezes".
Ajuda de Trump Nawrocki recebeu uma mãozinha dos Estados Unidos. Ele exibe uma foto com Donald Trump no Salão Oval. Para dar apoio a Nawrocki, os conservadores americanos organizaram desta
vez sua conferência CPAC em Jasionka, perto de Rzeszow, na Polônia. A secretária de Segurança Interna de Trump, Kristi Noem, insultou Trzaskowski na terça-feira como "um socialista que
governará usando medo, para impor uma agenda antiliberdade". Noem recomendou que os poloneses votem em um presidente que trabalhe com Trump, pois assim eles "ganhariam um aliado
poderoso". Ela fez campanha para o "forte líder Karol". "O apoio de políticos americanos do campo de Trump deve ser interpretado como um sinal de que a alt-right vê a
eleição na Polônia como parte da guerra global contra o liberalismo", comentou Michal Szuldrzynski no jornal diário Rzeczpospolita. Para onde vão os eleitores da ultradireita? Ainda não
se sabe o que acontecerá com os quase 3 milhões de votos que o candidato da ultradireitista Konfederacja, Slawomir Mentzen, recebeu no primeiro turno. Depois de se encontrar com Nawrocki e
Trzaskowski, o empresário de 43 anos, que ficou em terceiro lugar, não fez uma recomendação clara, mas pediu que seus partidários fossem guiados por sua consciência. O candidato antissemita
e extremista de direita Grzegorz Braun, que recebeu mais de um milhão de votos, manifestou-se abertamente a favor de Nawrocki. Trzaskowski espera conquistar pelo menos alguns dos eleitores
de Mentzen, especialmente os liberais econômicos que querem um Estado enxuto com impostos baixos. E ele pode contar com o amplo apoio de toda a coalizão governamental. No primeiro turno, os
democratas-cristãos do Polônia 2050, o Partido dos Camponeses Poloneses (PSL) e a Nova Esquerda apresentaram seus próprios candidatos. Trzaskowski quer liberalizar direito ao aborto O
candidato liberal-conservador se apresenta na campanha eleitoral como um reconciliador que busca o diálogo com as pessoas. "Eu não quero dividir, quero unir", ele repete nos
comícios eleitorais. Seu principal argumento é a competência. Trzaskowski é prefeito de Varsóvia desde 2018. Anteriormente, foi membro do Parlamento, ministro da Digitalização e secretário
de Estado para a Europa no Ministério das Relações Exteriores. Ele diz que "conduzirá" o governo a reformas mais rápidas e promete liberalizar a "lei medieval do aborto".
"Será uma disputa acirrada até o fechamento das urnas. A diferença entre os candidatos pode ser de apenas 200 mil votos", disse a cientista política Barbara Brodzinska-Mirowska à
emissora TVN na sexta-feira. Ela advertiu ambos os candidatos contra o anúncio prematuro da vitória na noite de domingo. Na segunda-feira, o resultado pode ser diferente do da noite da
eleição. Autor: Jacek Lepiarz Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente