
Volkswagen: 20 mil aderem a demissão voluntária na Alemanha
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Volkswagen: 20 mil aderem a demissão voluntária na Alemanha 00:02 | 04/06/2025 Autor DW DW Autor Ver perfil do autor Tipo Notícia
Em crise, automobilística planeja cortar 35 mil postos até 2030 – o equivalente a quase 27% de toda a sua força de trabalho no país. Matriz alemã sofre com altos custos e baixa demanda por
veículos elétricos.A diretoria da Volkswagen na Alemanha anunciou nesta quarta-feira (03/06) a adesão de cerca de 20 mil funcionários a um programa de demissão voluntária até 2030. Com isso,
a maior automobilística da Europa está mais próxima de cumprir a meta de eliminar 35 mil postos de trabalho no país – hoje, a matriz alemã emprega 130 mil. Após longas negociações, a VW
chegou a um acordo com sindicalistas para melhorar o caixa. Os cortes serão viabilizados principalmente mediante acordos de aposentadoria precoce e programas de demissão voluntária,
inclusive para funcionários jovens. A empresa também está oferecendo a redução da jornada semanal a funcionários próximos da aposentadoria. "As primeiras medidas do acordo 'Futuro
Volkswagen' estão em vigor, e nós estamos no rumo certo", disse Gunnar Kilian, chefe do departamento de pessoal. "Com avanços mensuráveis nos custos de fábrica em Wolfsburg e com a redução
de pessoal de forma socialmente responsável apenas nas seis unidades da Volkswagen na Alemanha, estamos acelerando nossa transformação." A Volkswagen, que também é dona das marcas Audi,
Skoda e Porsche, provocou uma comoção na Alemanha quando anunciou, no passado, que estava cogitando fechar fábricas no país – algo inédito na história da gigante automobilística. A medida
foi descartada após meses de difíceis negociações com sindicalistas, culminando nos acordos de demissão voluntária. Problemas financeiros Apesar do anúncio desta quarta-feira, o diretor
financeiro da marca, David Powels, ressaltou que a meta de economia ainda não foi atingida. O objetivo é tornar a empresa competitiva e sustentável até 2029, reduzindo a ociosidade das
fábricas e aumentando a margem de lucro da VW, que tem baixa rentabilidade. Segundo Powels, a VW investe demais e lucra pouco com seus carros elétricos. "Nossa chance agora é corrigir juntos
esse desequilíbrio e voltar a operar de forma lucrativa." A VW alemã sofre há anos com altos custos e capacidade ociosa em suas fábricas. Especialmente as unidades dedicadas exclusivamente
aos carros elétricos, como Zwickau e Emden, registraram baixa demanda e tiveram que reduzir a produção. Além disso, as vendas e os lucros da VW estão caindo na China – mercado mais
importante do grupo –, já que concorrentes locais como a BYD estão ganhando espaço. Por outro lado, na fábrica principal de Wolfsburg, onde atualmente são produzidos apenas veículos a
combustão como o Golf e o Tiguan, a VW teve recentemente que implementar turnos extras. Isso porque, ao contrário dos carros elétricos, os modelos a combustão estão com boas vendas no
momento. Mas isso não deve durar, segundo a presidente do conselho de trabalhadores, Daniela Cavallo. Em relatório interno ao qual a agência de notícias dpa teve acesso, ela afirma que as
vendas do Golf vão
cair. "A tendência é de queda irreversível." A produção global do modelo caiu de um milhão de unidades em 2015 para pouco mais de 300 mil em 2024, segundo esse mesmo relatório. Para 2025, a
previsão era de 250 mil unidades. Cavallo também alertou para problemas de capacidade produtiva a partir de 2027. A produção do Golf será transferida para o México, e Wolfsburg passará a
fabricar uma versão elétrica do modelo. "A partir de 2027, uma semana de trabalho de quatro dias aqui não é um cenário improvável", afirmou ela, de acordo com participantes da reunião.
Cavallo aconselhou seus colegas na Volkswagen a assumirem turnos extras nas fábricas a fim de compensar futuras perdas salariais em caso de redução de jornada. "Temos que fazer economias
agora para podermos recorrer a elas mais tarde." ra (dpa, afp, reuters)
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