Totalmente selvagem | O TEMPO

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Pirambu, no litoral norte de Sergipe, foi contemplada com um raro fenômeno da natureza. Ali convivem mangues, praia e um pântano, com mais de cem espécies animais catalogadas " muitas


delas comuns no Pantanal mato-grossense, como o jacaré-de-papo-amarelo e a capivara. O cenário peculiar pode ser apreciado do mirante do Robalo, depois de alguns quilômetros de estrada de


terra, na divisa com o município de Pacatuba. Ônibus não chegam lá, e os aventureiros devem contratar guias na Secretaria Municipal de Turismo para fazer o percurso. Com a ajuda dos guias,


também se chega às dunas de Lagoa Redonda. Por determinação do Ibama, os passeios de bugre são proibidos e o roteiro é cumprido a pé. Portanto, o ideal é evitar os horários de sol forte e


calçar sandálias do tipo papete. Do alto das dunas, tem-se uma vista fantástica da praia de Pirambu. Quem quiser levar um sandboard pode fazer parte do caminho de volta deslizando pela


areia, com direito a banho de rio ao final. As dunas são cercadas por um riacho raso e de águas claras. O visitante pode andar dentro do riacho para chegar a dunas mais altas, que costumam


ser palco de manobras radicais sobre as areias. Para desfrutar do lugar por mais tempo, há a opção de acampar na barraca do Gi, às margens do riacho, ou em uma das pequenas pousadas de


Pirambu. Diz a lenda que, ao se banhar por cinco dias consecutivos no riacho, a pessoa encontra amizade ou amor eternos. (FP/AG) _PASSEIO RÁPIDO_ Se a idéia for deixar o local no mesmo dia,


o jeito é se apressar para ir também ao morro da Lucrécia. A subida de pouco mais de cem metros é íngreme e em areia fofa, nem mesmo os nativos conseguem ir durante o horário de sol forte.


Ou seja, a subida requer preparo físico. Mas o esforço compensa. No final do morro, abre-se uma cratera, com uma lagoa de água azul no fundo e visão panorâmica da região. Ao entardecer,


ainda se tem a chance de ver a lua nascer sob um ângulo privilegiado. Para repor as energias, nada melhor que provar camarões, lagostas ou caranguejos da região. Uma boa pedida é o


restaurante Rio Mar, nas margens do rio Japaratuba. Glícia, proprietária do local, prepara uma deliciosa peixada ao molho de camarão, acompanhada de arroz e pirão. O prato serve até três


pessoas e custa R$ 25. PONTA DOS MANGUES Os surfistas, no entanto, devem seguir direto pela praia rumo à Ponta dos Mangues. Por serem praias selvagens, ainda não há infra-estrutura como


bares e restaurantes. Mas, atenção: o caminho pela areia é possível somente na maré baixa. As outras opções são seguir de barco ou enfrentar os buracos da BR-101 até a cidade de Japaratuba e


depois pegar as estradas estaduais. O vilarejo é formado basicamente por pescadores e não há pousadas ou hotéis por lá. É preciso levar água e comida. Ainda em Pirambu, vale dar uma parada


no Projeto Tamar e conhecer a Reserva Ecológica de Santa Isabel. A região serve de berçário para três espécies de tartarugas marinhas, popularmente conhecidas como tartaruga- cabeçuda,


tartaruga-olivácea e tartaruga-de-pente. Elas são monitoradas de perto por biólogos e tartarugueiros " pessoas que ajudam a recolher ovos e leválos para a incubadora. Quem estiver


interessado na compra de produtos do projeto não deve se empolgar: a lojinha fica no oceanário de Aracaju. (FP/AG)