
Ps e pcp defendem maior debate sobre adopção homossexual antes de mudar a lei
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A direcção da bancada socialista deu liberdade de voto aos deputados em relação aos projectos dos Verdes e do Bloco de Esquerda, que hoje serão votados pelo plenário, e que visam acabar com
a proibição de casais homossexuais adoptarem menores. Porém, a deputada do PS Isabel Oneto afirmou que «a posição do PS em relação a esta matéria» é considerar que existe a «necessidade de
um maior debate sobre as consequências» da adopção de uma criança por casais do mesmo sexo. A deputada disse que, para o PS, aquilo que está em causa «não é tanto a questão da igualdade, de
casais homossexuais terem os mesmos direitos que casais heterossexuais», sublinhando que foram os socialistas que aprovaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo. «A questão está na
criança, saber qual é de facto o melhor interesse da criança e, acima de tudo, o que visa o instituto da adopção». Isabel Oneto considerou que nestas matérias a lei tenta responder «criando
vínculos jurídicos com base no que a realidade oferece». «E a realidade diz-nos que a criança deve inserir-se em espaços tão próximos quanto a sua família natural. Isto significa que um
casal homossexual não pode educar uma criança? Não, sabemos que isso não é assim. O que está em causa é a confusão entre admitir que uma criança possa ser criada por um casal homossexual,
outra coisa diferente é dizer que a ordem jurídica reconhece uma relação de paternidade ou maternidade com uma criança», acrescentou. Também o PCP, através do líder parlamentar, Bernardino
Soares, defendeu hoje «a necessidade de prosseguir o debate e o esclarecimento sobre a questão» para justificar a rejeição dos projectos que serão submetidos a votação durante a manhã. Para
os comunistas, não estão neste momento «criadas as condições para uma alteração da lei» como propõem as iniciativas do BE e dos Verdes. «Foi por tudo isso que rejeitámos esta alteração no
passado, incluindo no ainda recente processo de consagração legal do casamento entre pessoas do mesmo sexo. É uma posição que manteremos neste debate», afirmou Bernardino Soares. Lusa/SOL